Segundo o
Dinheiro Vivo, “os pedidos de ajuda de sobreendividados à Deco continuam a
subir, somando 7871 casos até março. Mas os processos abertos recuaram 12% face
ao primeiro trimestre de 2012 porque há cada vez mais situações de ausência total
de qualquer rendimento. É um novo patamar da realidade que ajuda a medir o
adensar da crise: o número de pessoas que recorrem ao Gabinete de Apoio ao
Sobre-endividado (GAS) da Deco aumentou 4%, mas o volume de processos abertos -
ou seja, aqueles em que é possível delinear e negociar junto dos credores um
novo plano e pagamentos - recuou porque surgem cada vez mais casos em que o
subsídio de desemprego já se esgotou e não sobra mais nenhum rendimento para
fazer face à reestruturação de créditos. Nestas situações, é prestada
informação e apoio aos sobre-endividados, mas não há possibilidade de iniciar
um processo, e é este fator que explica que, no primeiro trimestre deste ano, o
GAS tenha aberto 1198 processos, contra 1376 um ano antes. Além disto, acentua
a coordenadora do GAS, Natália Nunes, cada vez mais pessoas chegam já em
situação de incumprimento. Ou seja, enquanto há um ano metade dos processos
abertos visavam casos em que as pessoas tinham ainda todas as prestações em
dia, agora são apenas 38%. O desemprego
continua a ser a principal causa de sobreendividamento e motivou 431 dos
processos de ajuda abertos pelo GAS no primeiro trimestre. Mas, sublinha
Natália Nunes, verificou-se uma subida dos casos em que ambos os elementos do
casal estão desempregados, pesando estes 14% daquele total. Estas situações
abrangem pessoas que estão ainda a receber algum subsídio ou que contam com o
apoio financeiro de familiares, sendo que algumas solicitam apoio para poderem
avançar com um processo de entrega da casa. Os dados indicam ainda que em média
os consumidores que recorreram ao GAS entre janeiro e março apresentavam uma
taxa de esforço de 98,81%, o que significa que apenas lhe sobra 1,19% do
rendimento mensal, sendo que o total de protestações com créditos ascende a 898
euros por mês. O volume total de dívidas de cada um dos sobre-endividados
ascende a 61,174 mil euros, sendo que a dívida acumulada dos processos
iniciados neste primeiro trimestre soma 45,7 milhões de euros”.