Proposta alemã para novo tratado da UE não entusiasma os restantes membros
Diz a RTP que "os esforços da Alemanha para acelerar a integração da Europa começam a ganhar ímpeto. Segundo o semanário Der Spiegel, Angela Merkel quer ver criado, antes do fim deste ano, um grupo de trabalho europeu para elaborar um novo tratado para a UE. A notícia, já ventilada online no fim de semana, foi publicada esta segunda-feira na edição em papel da publicação alemã. De acordo com Der Spiegel, a chanceler alemã está a envidar grandes esforços para convencer os seus parceiros europeus, muitos dos quais “torcem o nariz” à ideia de uma Europa mais federal. O semanário alemão adianta que o conselheiro da chanceler para os assuntos europeus, Nikolaus Meyer-Landrut, conduziu discussões em Bruxelas sobre esse projeto que visa promover a integração europeia.Berlim quer que os líderes da União Europeia criem um grupo de trabalho para definir um novo enquadramento legal para a UE. “Uma data concreta para o início de funções desse grupo deverá ficar definida já na cimeira que se realiza em dezembro”, escreve o jornal.Berlim quer alargar os poderes doTribunal de Justiça da UEDe acordo com o semanário, uma das ideias avançadas por Berlim estaria relacionada com o papel do Tribunal de Justiça da União Europeia, que ”poderia, por exemplo, adquirir a competência de vigiar os orçamentos dos Estados membros e de punir aqueles que ultrapassarem os limites do défice”.Ainda segundo o semanário, “a proposta não provocou entusiasmo entre a maior parte dos países membros”. Durante uma reunião do “Future Group”, um encontro informal de dez ministros dos Negócios Estrangeiros, a maioria dos participantes rejeitou a ideia que tinha sido avançada pelo MNE alemão Guido Westerwelle. Outros, como a Irlanda, não querem arriscar-se a ter de realizar um referendo, que, ao abrigo da Constituição, seria necessário para ratificar um novo tratado europeu. Até mesmo aliados próximos de Berlim como a Polónia mostram fortes reservas em relação à iniciativa alemã, por considerarem que existem atualmente poucas hipóteses de se chegar a um compromisso a 27 sobre a questão. União política segue-se ao pacto orçamentalDesde há vários meses que Merkel tem vindo a pressionar os seus parceiros europeus no sentido de completar com uma união política o pacto orçamental que já ficou acordado entre os países do Eurogrupo. Um passo rumo ao federalismo que Berlim vê como fundamental para ajudar a controlar a crise da dívida na Zona Euro. “Há também etapas rumo à integração que que vão exigir alterações no tratado [da UE ]. Ainda não chegámos lá mas é preciso que não haja tabus”, declarou a governante alemã em maio, durante uma cimeira dos países do Báltico. Já em dezembro passado, na cimeira europeia de Bruxelas, a insistência da chefe do Governo alemão nesse ponto tinha provocado uma ampla polémica. As sanções automáticas para os transgressores do défice que Merkel e o então Presidente francês Nicolas Sarkozy exigiam aos quatro ventos não colheram então o apoio dos restantes parceiros.No final, a defesa da posição ficou resumida ao eixo franco-alemão e ambos os líderes manifestaram o seu apoio à criação de um novo tratado para a União Europeia, se necessário abrangendo apenas as 17 nações da Zona Euro"
Sem comentários:
Enviar um comentário