terça-feira, agosto 28, 2012

Li aqui que "a região da Catalunha acaba de pedir o resgate. O governo da região pediu à administração central para aceder ao Fundo de Liquidez Autonómico (FLA), solicitando um empréstimo de 5,023 mil milhões de euros. O governo de Artur Mas garantiu que o pedido de ajuda não implicará novos ajustes, sublinhando que não acatará "condições políticas para aceder" a recursos que são dos próprios catalães". São já três as regiões autónomas espanholas que confirmaram o recurso ao apoio financeiro do Governo central - Valência, Múrcia e Catalunha - e que utilizarão, entre si, quase metade do fundo. Formalmente trata-se de um apoio financeiro que as comunidades terão que devolver, mas a ajuda está a ser interpretada como um resgate aos Governos regionais, responsáveis no ano passado por grande parte do desvio da meta do défice. A Comunidade Valenciana foi a primeira a confirmar o recurso ao fundo para poder cumprir os vencimentos de dívida em 2012 e conseguir o pagamento de alguns fornecedores, como as farmácias. O conselheiro de Economia, Indústria e Comércio da Generalitat Valenciana, Máximo Buch, estimou que as necessidades financeiras da região rondarão os 3.500 milhões de euros. Múrcia foi a segunda região a admitir que precisará de ajuda do Estado para refinanciar a dívida em condições mais vantajosas que as que impõem os bancos, tendo o presidente regional, Ramón Valcárcel, antecipado necessidades de 300 milhões de euros. Ao todo, as três regiões necessitarão de mais de 8,8 mil milhões de euros, quase metade dos 18 mil milhões que estarão, inicialmente, no FLA. O Governo central admite que o valor final do fundo dependerá dos pedidos que venham a ser formulados pelas autoridades regionais. O Governo central antecipa que o FLA esteja formalmente apto a funcionar a partir de setembro, ainda que até ao momento não sejam conhecidas em detalhe as condições que serão impostas a cada um dos Governos regionais 'resgatados'. Antecipa-se, porém, que as exigências incluam a obrigatoriedade de cumprir condicionamentos orçamentais e financeiros estritos e a necessidade de apresentar ao Governo um plano de ajuste. Terão ainda que informar, regularmente, o processo de execução orçamental. Inicialmente, o Governo pretendia que o fundo fosse financiado com 6 mil milhões de euros da Lotarias e Apostas do Estado e de até 12 mil milhões procedentes do Tesouro Público. O modelo final prevê, porém, que o Tesouro Público injete apenas até quatro mil milhões de euros e os restantes oito mil milhões procedam de entidades financeiras. Um estudo divulgado no passado dia 21 de agosto pela Fundação de Estudos de Economia Aplicada (FEDESA) considera que as regiões autónomas são hoje a "principal ameaça" que este ano pode impedir o Estado espanhol de cumprir o objetivo de défice. O estudo, preparado pelos economistas José Ignacio Conde-Ruiz e Juan José Rubio Ramírez, considera que as regiões autónomas são "o maior fator de risco", situação que se agrava "num cenário macroeconómico adverso de recessão económica".Segundo a análise dos economistas, mesmo que as comunidades autónomas consigam implementar todas as medidas anunciadas nos seus Planos Económicos e Financeiros (PEF), o défice estimado será de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, haverá um desvio de 0,7 pontos face ao limite previsto. Caso as comunidades não cumpram as expectativas e se a situação económica se mantiver, o défice pode ter um desvio de 4,0% do PIB ou 2,5 pontos acima do limite. Essa situação, para os autores do estudo, colocaria em risco o cumprimento do défice para o conjunto do Estado em 2012. Por isso, considera o estudo, os PEF aprovados não são suficientes para garantir o cumprimento do défice".

Sem comentários: