Segundo o jornalista do Publico, João d"Espiney, "até Junho reformaram-se 1357 professores do ensino básico e secundário, mais 9% do que em igual período de 2011. Penalizações das reformas antecipadas estão a levar a menos saídas do Serviço Nacional de Saúde. O número de professores do ensino básico e secundário que se reformaram voltou a subir no primeiro semestre de 2012. Em contrapartida, registaram-se menos aposentações entre os docentes do ensino superior, médicos e enfermeiros em relação a igual período de 2011. As contas feitas pelo PÚBLICO às listagens publicadas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) durante os primeiros seis meses deste ano permitem concluir que se aposentaram 1357 professores até Junho, o que representa um aumento de 113 (9%) face ao primeiro semestre do ano passado. Em média, as escolas básicas e secundárias viram sair 226 docentes por mês. Ainda assim, estes números ficam abaixo dos verificados nos primeiros seis meses de 2010, período em que se reformaram 1678 professores. O PÚBLICO tentou obter um comentário dos dirigentes da Federação Nacional de Professores (Fenprof) e da Federação Nacional de Educação (FNE) a estes números, mas sem sucesso até ao fecho desta edição. Em declarações no final de Junho, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, criticou o facto de a saída de professores das escolas públicas ter sido acompanhada por um aumento do número de docentes contratados. No ano lectivo de 2010/11, e por comparação a 2008/09, existiam mais cerca de quatro mil contratados nas escolas portuguesas. Um movimento que, segundo Nogueira, confirma uma "precarização" da função docente.
Menos saídas no superior
Já ao nível do ensino superior, o PÚBLICO contabilizou 128 aposentações de professores catedráticos, auxiliares, associados, equiparados e investigadores de universidades e politécnicos. Este número traduz um decréscimo de quase 22% (36) em relação ao primeiro semestre de 2011."Atendendo às novas regras das aposentações, que aumentaram o tempo de serviço nas instituições, não estranharia que houvesse uma diminuição do número de pedidos. Ainda assim, [os números] têm algum significado", diz António Vicente, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), salientando que, apesar de as aposentações terem diminuído, "o número de entradas não tem compensado as saídas". "A informação que nos tem chegado é que a abertura de concursos de integração na carreira está abaixo desse número", acrescentou. No ensino pré-escolar, o número de aposentações também baixou. Até Junho reformaram-se 42 educadores de infância, ou seja, menos 12 que no primeiro semestre de 2011.
SNS perde 224 médicos
As listas da CGA permitem também concluir que o número de saídas de médicos caiu mais de metade neste período. No final do primeiro semestre de 2012 aposentaram-se 224 médicos, o que representa uma quebra de 250 (52,7%) relativamente aos primeiros seis meses de 2011. Este número está até abaixo do verificado no primeiro semestre de 2010, período em que se aposentaram 232 clínicos. Ao longo de todo o ano de 2011 o Serviço Nacional de Saúde perdeu 706 médicos para a reforma, ou seja, mais 129 (22,3%) do que em 2010. A então ministra Ana Jorge chegou a autorizar o regresso de algumas centenas de médicos que já se tinham aposentado para compensar o número de saídas. Ainda assim, o número de reentradas foi claramente insuficiente para estancar a sangria destes profissionais dos serviços de saúde. "É uma quebra esperada e, por isso, não nos surpreende", comenta Sérgio Esperança, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), justificando-a com a alteração recente das regras das aposentações, que veio penalizar ainda mais as reformas antecipadas. "As pessoas reagiram a todos os problemas que foram sendo criados ao longo do tempo, com a alteração das regras de aposentações, diminuição dos salários e cortes nos subsídios", diz o sindicalista, para quem que o número de entradas está também "longe de compensar" as saídas. Ao nível dos enfermeiros também se registou uma quebra. Até Junho saíram 248, menos 12 que no primeiro semestre de 2011".
Menos saídas no superior
Já ao nível do ensino superior, o PÚBLICO contabilizou 128 aposentações de professores catedráticos, auxiliares, associados, equiparados e investigadores de universidades e politécnicos. Este número traduz um decréscimo de quase 22% (36) em relação ao primeiro semestre de 2011."Atendendo às novas regras das aposentações, que aumentaram o tempo de serviço nas instituições, não estranharia que houvesse uma diminuição do número de pedidos. Ainda assim, [os números] têm algum significado", diz António Vicente, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), salientando que, apesar de as aposentações terem diminuído, "o número de entradas não tem compensado as saídas". "A informação que nos tem chegado é que a abertura de concursos de integração na carreira está abaixo desse número", acrescentou. No ensino pré-escolar, o número de aposentações também baixou. Até Junho reformaram-se 42 educadores de infância, ou seja, menos 12 que no primeiro semestre de 2011.
SNS perde 224 médicos
As listas da CGA permitem também concluir que o número de saídas de médicos caiu mais de metade neste período. No final do primeiro semestre de 2012 aposentaram-se 224 médicos, o que representa uma quebra de 250 (52,7%) relativamente aos primeiros seis meses de 2011. Este número está até abaixo do verificado no primeiro semestre de 2010, período em que se aposentaram 232 clínicos. Ao longo de todo o ano de 2011 o Serviço Nacional de Saúde perdeu 706 médicos para a reforma, ou seja, mais 129 (22,3%) do que em 2010. A então ministra Ana Jorge chegou a autorizar o regresso de algumas centenas de médicos que já se tinham aposentado para compensar o número de saídas. Ainda assim, o número de reentradas foi claramente insuficiente para estancar a sangria destes profissionais dos serviços de saúde. "É uma quebra esperada e, por isso, não nos surpreende", comenta Sérgio Esperança, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), justificando-a com a alteração recente das regras das aposentações, que veio penalizar ainda mais as reformas antecipadas. "As pessoas reagiram a todos os problemas que foram sendo criados ao longo do tempo, com a alteração das regras de aposentações, diminuição dos salários e cortes nos subsídios", diz o sindicalista, para quem que o número de entradas está também "longe de compensar" as saídas. Ao nível dos enfermeiros também se registou uma quebra. Até Junho saíram 248, menos 12 que no primeiro semestre de 2011".
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