
Três mil milhões
Estas garantias são uma responsabilidade para a banca que tem de ser acautelada para efeitos de rácio de capital, pesando no balanço. Por outro lado, fazem subir os custos de financiamento das PPP. Um dos cenários que têm sido discutidos com o BEI prevê que o Estado assuma estas garantias, usando uma parte do pacote de 12 mil milhões de euros de apoio à banca privada portuguesa. Em causa estariam cerca de 3 mil milhões de euros, para além do valor – cerca de metade – já previsto para a recapitalização dos bancos.
A hipótese já terá até sido bem acolhida pela troika, o que não foi possível confirmar até ao fecho da edição. O Ministério das Finanças, que lidera as conversas, também não respondeu. A operação seria em princípio neutral para o Estado, já que os fundos ficariam imobilizados e até representaria uma receita pela cobrança da garantia que contudo seria sempre inferior à que é exigida hoje pela banca privada. Só em caso de incumprimento nos pagamentos das concessões ao BEI é que a garantia seria accionada e aí Portugal teria de pagar os juros cobrados pela ajuda externa. Apesar do maior risco financeiro para o Estado, a verdade é que este já é o principal responsável pelas receitas das concessões, através do pagamento de rendas às concessionárias, de onde por sua vez saem os reembolsos à banca. Esta é uma das várias hipóteses em estudo. O refinanciamento das concessões é um processo muito complexo, que envolve vários actores, entre os quais bancos estrangeiros (alguns dos quais já desapareceram entretanto). Mesmo que se adopte uma solução global, todos os contratos terão de ser revistos, o que implica o acordo dos intervenientes. Haverá ainda que garantir o visto do Tribunal de Contas. A matéria deverá ser tratada com a troika na próxima avaliação em Agosto, quando se espera que fique concluído o relatório final da Ernst & Young sobre as PPP”.
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