Li no Publico, num texto dos jornalistas José Manuel Rocha e Pedro Crisóstomo que "um quatro das empresas portuguesas registou situações de crédito vencido no ano passado, deixando de solver os compromissos que assumiram. Dados do Banco de Portugal mostram que os casos de incumprimento passaram de 20%, em 2010, para 24,4%. Em 2009, a taxa era de 17%. O aumento dos casos de falta de pagamento das prestações do crédito é mais uma consequência da crise económica que o país atravessa e estende-se a todos os sectores de actividade. No topo do ranking está a construção, com praticamente um terço das empresas a revelar dificuldades em satisfazer os seus empréstimos. Seguem-se a indústria (cerca de 28%) e o comércio (23%), de acordo com a síntese da actividade empresarial realizada pela Central de Balanços do Banco de Portugal. A situação de incumprimento é mais grave entre as microempresas. Um quarto teve o crédito vencido. E 23% das PME deixaram de conseguir pagar os empréstimos. Nas grandes empresas, onde a proporção é tradicionalmente menor, o número de casos também subiu (para os 16%, contra 11% em 2010). A análise espelha que a actividade das empresas teve em "acentuada desaceleração" até Setembro e coincide com um recuo da concessão do crédito concedido pelos bancos e com as regras mais apertadas das instituições para aprovar um empréstimo. No momento de crise de liquidez vivido na banca, o crédito concedido pelas instituições financeiras às empresas caiu 3%. Os empréstimos às empresas de electricidade e água aumentaram 1%, mas caíram nas empresas dos comércio (6%), construção (5%) e indústria (4%). Já o rácio do crédito vencido – face a todo o crédito dado às empresas – ultrapassou os 7% (tinha sido de 5% no ano anterior). E também aqui a análise do Banco de Portugal mostra que o rácio é "particularmente expressivo" nas microempresas, onde chegou aos 10%, e nas empresas da construção".
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