Não vou discutir nem as causas nem a forma como se passou até porque não sei exactamente as circunstâncias. Continuo no entanto a pensar, provavelmente contra outros que pensarão de forma diferente, que a imagem do parlamento regional é essencial à preservação e à defesa da autonomia política regional. Insisto na ideia, que estranhamente alguns não querem perceber, que qualquer facto menos próprio num parlamento, seja ele qual for, afecta não apenas o partido maioritário, mas todos os deputados que fazem parte da Assembleia Legislativa (e como uma equipa de futebol, quando perde ou quando ganha em que não há méritos ou deméritos individuais). Será que o abandono dos deputados do PSD do plenário do parlamento – é disso que falo - deixando sem o "quórum" necessário, contrariamente ao que foi referido (no pressuposto de que os dois secretários da Mesa, ambos do PSD, seguiram o seu grupo parlamentar), não foi rigorosamente igual ao abandono, várias vezes repetido, protagonizado por partidos da oposição, quer isoladamente quer em debandada colectiva? Por acaso um dia depois não se passou uma cena semelhante na Assembleia Municipal de Machico protagonizada pelo PS local que no primeiro caso se "ofendeu" tanto com os factos?! Não me interessa, quer relativamente aos deputados do PSD, quer quanto aos outros (da oposição), discutir os motivos, até porque não sei o que se passou nem as motivações políticas. O que se pode questionar é o acto em si do abandono intempestivo de um plenário tal como se questiona os inúmeros abandonos dos deputados da oposição ou a sua não comparência em sessões solenes de um parlamento do qual fazem parte, numa tentativa de imposição de vontades políticas. Veja-se o que acontece sistematicamente, por exemplo, com o 1 de Julho com alguns partidos da oposição. Consultem-se os Diários das Sessões para perceber quem mais vezes abandona o plenário da Assembleia. O que se deseja, repito, em nome da defensa da autonomia política regional que entendo ser, paradoxalmente, uma das prioridades que hoje se colocam à Região e ao seu Povo, é que estas situações não se banalizem, tal como espero que a comunicação social tenha pelo menos um tratamento igual para situações iguais. Porque apontar um sabre a uns e "endeusar" outros, só porque são da maioria ou da oposição, não é eticamente correto nem dignifica seja quem for.
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