Apenas uma curiosidade que retiro do site da TSF: "Cavaco Silva considera o problema orçamental português «muito grave», podendo causar o abrandamento do crescimento nacional, quando ele é forte na Europa. Cavaco considera essencial reduzir o sector público na economia, para se regressar à convergência. «Já não é possível dominar o monstro sem dor», afirmou hoje Cavaco Silva, considerando que «o problema orçamental português é muito grave» e faz ao país correr o risco de se manter, a prazo, em divergência com a Europa. O ex-primeiro-ministro falava num seminário organizado pelo Instituto Francisco Sá Carneiro, no Centro Cultural de Belém, subordinado ao tema «Para onde vai a economia portuguesa?». Procurando uma primeira resposta àquela pergunta, Cavaco começou por dizer que «a situação mais preocupante [no actual momento da economia portuguesa] é o abrandamento do crescimento, quando ele é forte na Europa».
«Acabou o ciclo de convergência?», perguntou, limitando-se a responder: «Para já, as perspectivas não são optimistas» e a hipótese, durante muito tempo acalentada, de Portugal chegar à média de riqueza da União Europeia em 2015 «é uma oportunidade perdida». Para se regressar à convergência, disse Cavaco Silva, «é fundamental reduzir o sector público na economia», para o que não contribuiu o orçamento de 2000, «esse monstro que nunca devia ter sido aprovado», sem fazer referências específicas à proposta orçamental para 2001, já entregue na Assembleia da República. A curto prazo não há dificuldade de financiar o défice externo. A questão aqui é outra, disse Cavaco: «Até quando é que isto se pode manter? Até quando pode o país continuar a endividar-se, sem queda do “rating” do crédito obtido e consequente aumento do prémio de risco?» Se, do lado dos custos, o cenário de uma não inversão da trajectória do défice é aquele, do lado das contrapartidas futuras da dívida por saldar adivinha-se «como consequência a transferência de propriedade». E «o melhor, neste caso, é não pensar em intervir pelo lado Administrativo», advertiu Cavaco Silva, numa alusão aos casos recentes - Grupo Mundial Confiança e Cimpor - em que só uma intervenção discricionária do executivo impediu a transferência total dos respectivos activos para o controlo externo. Se o controlo da «descontrolada despesa corrente primária» é o «nó» das políticas alternativas propostas hoje por Cavaco e a ameaça futura vem do lado do agravamento do défice externo, a «situação preocupante» de fundo a que Cavaco foi referindo todo o seu diagnóstico diz respeito à divergência de crescimento em que Portugal entrou face aos parceiros comunitários. Portugal é a «excepção negativa», numa Europa que em média está a viver o mais forte crescimento dos seus últimos 11 anos, sendo a divergência mais «chocante», quando a comparação é feita com a Espanha (este ano, um diferencial de crescimento de 1,5 pontos percentuais), a Grécia (1,0 pontos) e a Irlanda (5,0 pontos), os chamados países da coesão. «Porque é que vêm aí dias difíceis para Portugal e não para os outros?», perguntou". O que não devem ter dito do homem na altura...
«Acabou o ciclo de convergência?», perguntou, limitando-se a responder: «Para já, as perspectivas não são optimistas» e a hipótese, durante muito tempo acalentada, de Portugal chegar à média de riqueza da União Europeia em 2015 «é uma oportunidade perdida». Para se regressar à convergência, disse Cavaco Silva, «é fundamental reduzir o sector público na economia», para o que não contribuiu o orçamento de 2000, «esse monstro que nunca devia ter sido aprovado», sem fazer referências específicas à proposta orçamental para 2001, já entregue na Assembleia da República. A curto prazo não há dificuldade de financiar o défice externo. A questão aqui é outra, disse Cavaco: «Até quando é que isto se pode manter? Até quando pode o país continuar a endividar-se, sem queda do “rating” do crédito obtido e consequente aumento do prémio de risco?» Se, do lado dos custos, o cenário de uma não inversão da trajectória do défice é aquele, do lado das contrapartidas futuras da dívida por saldar adivinha-se «como consequência a transferência de propriedade». E «o melhor, neste caso, é não pensar em intervir pelo lado Administrativo», advertiu Cavaco Silva, numa alusão aos casos recentes - Grupo Mundial Confiança e Cimpor - em que só uma intervenção discricionária do executivo impediu a transferência total dos respectivos activos para o controlo externo. Se o controlo da «descontrolada despesa corrente primária» é o «nó» das políticas alternativas propostas hoje por Cavaco e a ameaça futura vem do lado do agravamento do défice externo, a «situação preocupante» de fundo a que Cavaco foi referindo todo o seu diagnóstico diz respeito à divergência de crescimento em que Portugal entrou face aos parceiros comunitários. Portugal é a «excepção negativa», numa Europa que em média está a viver o mais forte crescimento dos seus últimos 11 anos, sendo a divergência mais «chocante», quando a comparação é feita com a Espanha (este ano, um diferencial de crescimento de 1,5 pontos percentuais), a Grécia (1,0 pontos) e a Irlanda (5,0 pontos), os chamados países da coesão. «Porque é que vêm aí dias difíceis para Portugal e não para os outros?», perguntou". O que não devem ter dito do homem na altura...
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