segunda-feira, agosto 02, 2010

Governo de Lisboa vende hospitais para pagar dívidas...

Li no DN de Lisboa, num texto da jornalista Ana Bela Ferreira que “o Ministério da Saúde (MS) vendeu quatro hospitais de Lisboa a uma empresa do Estado, por 111,5 milhões de euros, dos quais foram usados 75 milhões para aumentar o capital de 18 hospitais EPE (Empresas Públicas Empresariais) e fazer face às suas dívidas. Entre as unidades vendidas, os hospitais de Santa Marta, São José e Capuchos vão ser integrados no novo Hospital de Todos os Santos, que deve abrir em 2013. Movimento de Utentes teme que a qualidade dos serviços para os utentes seja afectada, enquanto a Associação de Administradores Hospitalares lamenta a perda de património por parte do Ministério da Saúde. Os hospitais de Santa Marta, São José, Capuchos e Miguel Bombarda pertencem agora à sociedade Estamo, detida pela empresa pública Parpública. Segundo fonte do Centro Hospitalar de Lisboa Central - do qual fazem parte Santa Marta, São José Capuchos e o pediátrico Dona Estefânia -, os hospitais entretanto vendidos não pagam renda "pela utilização dos edifícios das unidades hospitalares", refere a Lusa. Mas o MS admite ao DN que o "o pagamento de renda está contratualmente previsto nas situações identificadas". Deixando assim antever que alguma das unidades paga ou vai pagar renda. O MS não adiantou, contudo, mais informações sobre esta questão. O encargo com pagamento de renda dos imóveis é uma das preocupações do presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH). "Não sabemos se o Ministério precisava de vender agora este património, nem se vai ficar a pagar renda. É que, afinal, o novo Hospital de Todos os Santos ainda nem começou a ser feito e não sabemos o que vai acontecer se não estiver pronto em 2013", aponta Pedro Lopes. O dirigente considera ainda assim que o mais grave é "a perda de património" por parte da tutela. "Quando o património deixa de existir, fica-se numa posição mais desconfortável", acrescenta. Já o Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde (MUSS) teme que esta venda possa prejudicar os utentes. "Gostaríamos que tudo o que fosse feito pelo Ministério da Saúde fosse para benefício dos utentes, mas o que vemos é cada vez mais uma privatização", defende o presidente do MUSS, Manuel Villas-Boas. Por outro lado, o líder do movimento diz que "não era necessário vender os quatro hospitais para encaixar dinheiro. O Ministério tinha outras formas de contribuir para uma gestão mais racional dos hospitais”.

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