Angola: Uma nova classe média
Segudo o jornalista do Sol Luís Costa Branco, “a aposta dos investidores no mercado imobiliário angolano deve estar vocacionada para novos segmentos e não preferencialmente, como até aqui, para as classes mais altas. Esta é uma das conclusões do estudo realizado pela Deloitte para a Escom Imobiliária e Mota-Engil Real Estate, Re-Search: 10 Factores de Competitividade do Sector Imobiliário Angolano, hoje apresentado em Luanda. O documento aponta para a necessidade de considerar outros segmentos de mercado, numa altura em que a classe média em Angola tem uma importância crescente. Trata-se de uma classe jovem, com nível de educação superior, que trabalha em multinacionais, na função pública, em instituições bancárias e que procura habitação. O estudo conclui, por outro lado, que há também uma tendência crescente do número de expatriados (não nacionais) que necessitam de habitação temporária, criando um mercado de arrendamento atractivo. Refere ainda que o aumento da procura por parte de empresas e expatriados deu origem ao desenvolvimento de um mercado de arrendamento de habitações em segunda mão, muitas vezes sem as condições necessárias, levando os promotores imobiliários neste mercado específico a baixar os preços de comercialização. A componente mais relevante no investimento total deste sector é a construção, pode ler-se no comunicado que acompanha este trabalho de investigação da Deloitte. De facto, a insuficiente capacidade produtiva de matérias-primas para o sector da construção, associada aos constrangimentos logísticos do seu transporte, encarece o custo de um empreendimento. De acordo com os autores do estudo, verifica-se ainda uma incipiente maturidade no mercado imobiliário em Angola, própria dos mercados emergentes: não existem produtos de financiamento imobiliário estruturados, em parte devido à ineficácia de registos prediais. Uma realidade que inibe o desenvolvimento do crédito habitação. Além da inexistência de garantias reais, esta situação limita o acesso ao crédito por parte da população. Por outro lado, o facto de não existir legislação sobre propriedade horizontal tem condicionado o desenvolvimento do mercado, a par de outras barreiras como a forte carga burocrática, os custos de aquisição de terrenos, aprovação de projectos e desbloqueamento de licenças".
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