quarta-feira, março 17, 2010

Reconstrução e Jardim: as pessoas perceberam...

Para que não fiquem dúvidas - embora eu tenha a certeza de que as pessoas inteligentes perceberam o que pretendi dizer e porque disse o que disse - é bom ter presente que quando defendi hoje no JM e reafirmo essa minha opinião (que por ser uma opinião pessoal é naturalmente apoiável ou contestável, porque ninguém tem que estar a ela vinculado) - que deve ser Alberto João Jardim a liderar o processo de reconstrução da Madeira, obviamente que falo no plano político. O Presidente do Governo Regional não percebe de climatologia, pelo que não o vejo a dar palpites sobre evolução climática, vulnerabilidades geográficas e/ou físicas da ilha, etc, assim como não sabe, nem tem que saber, como é que as obras, na sua vertente de construção civil, devem ser realizadas ou com que material. Mas estou certo que, para além do levantamento pormenorizado dos danos, das definição de prioridades, do estabelecimento de um calendário de intervenções, das opções em matéria de política social, de negociações - muitas - que terão que ser realizadas com Lisboa e, através de Lisboa com Bruxelas, é preciso pulso firme, se quiserem mão-de-ferro, que não se compadece com uma certa diluição de responsabilidades e de poder de decisão por uma multipicidade de canais e/ou de entidades que regra geral acabam por atropelar-se umas às outras e a contradizer-se. Ao longo deste processo, de 3 a 4 anos, terão que ser tomadas decisões que precisam de uma forte sustentabilidade política e de um grau de respeitabilidade e de acatamento, muitas vezes resistindo ou contrariando pressões e interesses. Portanto, foi só nessa perspectiva política que defendi, e mantenho, que Alberto João Jardim, mesmo que não seja essa a sua intenção, terá ao menos que colocar todo o dispositivo de intervenção no terreno, de negociar apoios que a Madeira precisa e depois logo se verá.

Sem comentários: