Finalmente está "desvendado o mistério". O PCP da Madeira revelou há cerca de um mês e meio que a Madeira tem 80 mil pobres e bastou isso para que deputados e políticos de outros partidos da oposição regional logo fizessem coro. Pouco importa saber se é essa a realidade ou não. O PCP disse, está dito. Como aparentemente a pobreza, na Região ou no Continente, é uma espécie de "quintal" reservado exclusivamente do PCP - que fica "passado" quando qualquer outro partido toma iniciativas neste domínio, toca a promover um debate parlamentar com o membro do Governo Regional, a ter lugar a 20 de Maio a par de insistir na apresentação de uma Moção de Censura ao Governo Regional que será agendada oportunamente. O que é facto é que 80 mil pobres (para que as pessoas fiquem cientes do que este valor significa, ele corresponde a cerca de 1/3 da população da Região!) passaram a ser uma bandeira. O PCP resolve apresentar monções de censura por tudo e por nada. na Madeira nem espera pelo debate parlamentar sobre pobreza e já quer a Moção de Censura. Em Lisboa foi a Moção de Censura ao governo sem saber a evolução das negociações visando a alteração do Código de Trabalho, pressionando desta forma os sindicatos e politizando um assunto que não é politizável, pela sua natureza e impacto, matéria que muito menos deveria ser alvo de indecoroso aproveitamento partidário. Não ouvirão da minha parte afirmar alguma vez que na Madeira não existem pobres, margens da sociedade regional que vivem com extremas dificuldades e para as quais é preciso olhar com particular atenção, tomando medidas em concreto - e quem as toma são os governos - em vez de perder tempo com iniciativas de duvidosa sinceridade subjacente. Perante o meu desconhecimento do tal documento usado pelo PCP, acabei por estes dias, de "desvendar" o mistério que aparentemente parecia ter sido criado. O documento principal que o PCP da Madeira usou foi este:
"Formulação de Propostas de Concepção - Estratégica das Intervenções Operacionais no Domínio da Inclusão Social", de Julho de 2005, elaborado na sequência de um Protocolo entre a Direcção Geral de Desenvolvimento Regional e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e realizado por uma equipa constituída por Luís Capucha (coordenação), Maria das Dores Guerreiro, Joaquim Bernardo, Francisco Madelino, Alexandre Calado, Sónia Vladimira Correia e Ana Raquel Cruz e Silva. Luis Capucha é sociólogo, assistente do ISCTE e actualmente Luís Capucha, e que é, ao que julgo saber, o actual responsável pela Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) no Ministério da Educação. Este documento dos docentes do ISCTE foi elaborado com base neste:
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