terça-feira, dezembro 04, 2007

Desemprego: a rasteira do Eurostat...

Foi um dia de barracada absoluta. Um primeiro comunicado do Eurostat (que na sua versão integral inicial pode ser lido aqui) dava conta de uma subida do desemprego. Depois apareceu o desmentido e a rectificação. O problema é que entre um e outro a oposição apareceu célere a falar de um assunto que...seria pura ficção! Recordo os três momentos:
1º momento:
"Portugal registou, segundo os dados divulgados hoje pelo Eurostat, a maior subida homóloga na taxa de desemprego no mês de Outubro entre os 27 Estados-membros da União Europeia. Este indicador passou, em Portugal, de 7,8 em Outubro do ano passado para 8,5 por cento actualmente, ao passo que na UE, a taxa de desemprego passou no mesmo período de 7,8 para 7,2 por cento.No total, apenas quatro países da UE, registaram um agravamento da sua situação no mercado de trabalho face ao ano passado, ao passo que 23 melhoraram o seu resultado. Portugal já é, neste momento, o terceiro país da UE com uma taxa de desemprego mais elevada, apenas atrás da Eslováquia e da Polónia.Os cálculos da taxa de desemprego mensal realizados pelo Eurostat, agregam os dados trimestrais provenientes do Instituto Nacional de Estatística e os dados mensais produzidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (jornalista Sérgio Aníbal,no "Público");
2º momento:
"Os partidos da oposição responsabilizaram hoje o Governo pela subida da taxa do desemprego que, segundo dados divulgados pelo Eurostat, atingiu em Outubro os 8,5 por cento da população activa.Em declarações à Lusa, o líder do CDS-PP desafiou o primeiro-ministro, José Sócrates, a dedicar o próximo debate mensal na Assembleia da República ao problema. “O primeiro-ministro tem a obrigação de, no dia 11, dizer uma palavra às pessoas que estão há muito no desemprego, aos jovens que não conseguem um primeiro emprego”, afirmou Paulo Portas.O líder democrata-cristão sublinha que, entre as mulheres, a taxa de desemprego é de 10,5 por cento e atinge já os 19 por cento entre os jovens com menos de 25 anos. “Estes números provam que o Governo estava errado e que a sua política económica falhou”, sublinhou, criticando o clima desfavorável “ao investimento” e “à liberdade económica”. Posição idêntica foi assumida pelo PSD que responsabilizou o executivo socialista pela aceleração do desemprego no país e sustentou que só uma “outra política” económica permitirá a criação de postos de trabalho.O deputado social-democrata Hugo Velosa lembrou que os 8,5 por cento atingidos em Outubro colocam Portugal como “o terceiro país da União Europeia com a taxa de desemprego mais elevada.Também o dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, exigiu a presença de José Sócrates no Parlamento para explicar a dissonância entre os números hoje divulgados pelo Eurostat e a posição oficial do Governo.“O desemprego está a acelerar”, afirmou Louçã, em declarações à TSF, acrescentando que os postos de trabalho criados nos últimos dois anos são essencialmente precários. O dirigente bloquista criticou também a “irresponsabilidade grave” do ministro da Economia, Manuel Pinho, que recentemente garantiu que o desemprego no país estava a estabilizar.Por seu lado, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu que o aumento do desemprego era previsível face às prioridades assumidas pelo Governo. "Com esta política social e económica desastrosa, inevitavelmente o desemprego teria de aumentar", afirmou Jerónimo de Sousa que denunciou a "fixação" do executivo "no défice orçamental e abandono do aparelho produtivo nacional" (no "Público", citando a agência de notícias portuguesa, Lusa);
3º nomento:
"A taxa de desemprego em Portugal em Outubro foi de 8,2 por cento, corrigiu hoje à o gabinete oficial de estatísticas das comunidades europeias, Eurostat, que ao início do dia apontara um valor de 8,5 por cento.Fonte comunitária explicou à Lusa que o "desvio" de 0,3 pontos percentuais se terá devido a erro humano, designadamente ao facto de não ter sido tomado em conta o inquérito sobre as forças de trabalho.Deste modo, e ao contrário do anunciado anteriormente, a taxa de desemprego não aumentou 0,2 pontos percentuais em Outubro face ao mês anterior, tendo, pelo contrário, descido ligeiramente (0,1 por cento).Este erro, precisou a mesma fonte, não altera os valores globais para a Zona Euro, onde a taxa de desemprego, corrigida das variações sazonais, estabilizou nos 7,2 por cento em Outubro, face aos 7,3 por cento verificados em Setembro.O valor avançado pelo Eurostat relativamente a Portugal levou todos os partidos da oposição a pedir explicações ao Governo sobre o aumento da taxa de desemprego que se teria verificado em Outubro" (no "Público", citando a agência de notícias portuguesa, Lusa).

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