Tive oportunidade de afirmar hoje à TSF que os partidos na Madeira, depois de um ciclo eleitoral infernal, iniciado com as europeias de 2004 e concluído com as persidenciais de 2006, não querem nem têm condições para se envolverem em referendos, seja de que natureza for. Por outro lado, disse, e repito, os partidos participam em eleições porque são estruturas da sociedade vocacionadas para o debate político, para a conquista do poder ou para a aspiração a tal desiderato. Quando digo que as máqunas partidárias são geralmente acusadas de serem responsáveis pela falta de mobilização das pessoas, principalmente quando se verificam taxas de abstenção elevadas em consultas populares como a de hoje, isso não significa que os partidos não sejam livres de fazerem o que entenderem. Uma coisa foi o refendo de hoje, para os partidos regionais (o PSD, enquanto tal, disse na Madeira que nao se envolveria na campanha do referendo, aliás tal como o fez a nível nacional, independentemente de alguns dirigentes e militantes o terem feito a título pessoal, enquanto cidadãos livres e participativos), outra coisa são as máquinas partidárias postas em movimento, na estrada, enquanto partidos políticos a disputarem lugares no parlamento regional e o poder regional em si mesmo, porque no fundo é essa a razão de ser da existência dos partidos. Por isso não há, não pode haver contradição entre o que eu entendia (e entendo) que deveria ser feito em termos políticos e eleitorais regionais depois da promulgação da lei das finanças regionais - mas que nao será feito - e o que eu afirmei hoje na TSF acerca do distanciamento das máquinas eleitorais regionais do referendo. Não se confunda alhos com bugalhos, ou seja, não se confundam referendos com eleições propriamente ditas. Estamos claros?
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