sexta-feira, janeiro 07, 2022

Sondagem. Maior parte dos portugueses não acredita em maioria absoluta



A maior parte dos portugueses não acredita que das eleições legislativas de 2022 resulte uma maioria absoluta. A conclusão é de uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público, na qual apenas 13% dos inquiridos disseram acreditar numa maioria absoluta a 30 de janeiro. Foram 77% os participantes desta sondagem a afirmar que não esperam uma maioria absoluta nestas eleições. Cerca de dez por cento disseram não saber ou não quiseram responder.

Quando questionados sobre as suas preferências pessoais nesta matéria, 48% dos 1.238 participantes responderam que preferem uma maioria absoluta a 30 de janeiro, contra 45% que disseram não a preferir. Imaginando um cenário no qual o PS é o partido mais votado nestas eleições, mas sem maioria absoluta, 39% das pessoas defenderam que os socialistas devem entender-se com os partidos à sua esquerda. Este valor foi ultrapassado, porém, pelo das pessoas que preferem que o PS se entenda com o PSD: foram 51% os participantes a eleger este cenário. E se houver uma maioria parlamentar de esquerda (do PS e dos partidos à sua esquerda), mas o PS tiver menos deputados do que o PSD?

Perante esta questão, 45% dos inquiridos responderam que, nesse caso, o PS deve procurar entendimentos à esquerda para liderar Governo. Já outros 42% consideram que o PS deve viabilizar um Governo PSD. “O cenário proposto é equivalente ao Parlamento pós-eleições 2015”, refere o relatório da Católica.

Se o PSD vencer sem maioria, é melhor entendimento à esquerda ou à direita?

Foram colocadas aos participantes as mesmas questões, mas desta vez aplicadas aos social-democratas. “Se o PSD for o partido mais votado, mas sem maioria absoluta”, 60% dizem preferir que o partido se entenda com o PS, enquanto 32% querem que se entenda com partidos à sua direita.

“Perante este cenário, a maioria dos eleitores que em 2019 votaram no PSD ou nos partidos à sua direita preferem um entendimento nesta área política. É assim para 64% dos eleitores do Chega, 80% da IL, 62% do CDS e 53% do PSD. Mas 41% dos votantes do PSD em 2019 preferem um entendimento com o PS”, lê-se no documento. Quando questionados sobre a hipótese de uma maioria parlamentar à direita, mas com o PS como partido mais votado, 50% dos participantes responderam que o PSD deve viabilizar um Governo PS. No entanto, 37% dos inquiridos preferem que, nesse caso, o PSD procure entendimentos à direita para liderar Governo.

Qual a melhor solução política para o país?

Segundo o relatório da sondagem da Católica, 25% dos participantes acreditam que o melhor para Portugal seria um “Governo apoiado por PS e partidos à esquerda”.

Logo de seguida, com 24%, ficou a opção “Governo de um só partido com uma maioria absoluta desse partido”. Empatada, também com 24%, ficou a resposta “Governo apoiado por PS e PSD”. Por outro lado, 18% dos participantes consideram que o melhor para o país seria um “Governo apoiado por PSD e partidos à direita”.

“Cruzando estas respostas com a votação em 2019, constata-se que a maioria dos eleitores do BE e CDU são favoráveis a uma solução de Governo apoiada por PS e partidos à sua esquerda”, esclarece o relatório da Católica.

“Já os eleitores do PS, dividem-se entre os que preferem um Governo apoiado por uma maioria absoluta de um só partido (36%), os que preferem uma solução de apoio à esquerda (27%) e os que apoiam uma solução PS+PSD (26%)”. O documento refere ainda que, “à direita, em todos os partidos a solução preferida passa por um Governo apoiado por PSD e partidos à direita”.

Ficha Técnica:

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 28 de dezembro de 2021 e 5 de janeiro de 2022. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir de uma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1238 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos mulheres, 32% da região Norte, 19% do Centro, 36% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 3% do Algarve, 1% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, região e voto nas legislativas de 2019. A taxa de resposta foi de 32%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1238 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95% (RTP)

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