Qual é a melhor medida para a economia do país? Para 64% dos portugueses, a resposta é uma redução de impostos. O Estado passaria a receber uma fatia menor dos contribuintes, é certo, mas estes ficariam com mais dinheiro na carteira para gastar, melhorando, desde logo, a sua economia pessoal. Esta é a conclusão de uma sondagem sobre “O Estado da Opinião” da Aximage para a CNN Portugal: quando os portugueses pensam em economia, olham para o bolso. Já uma minoria de 28% dos inquiridos considera que a melhor medida para melhorar a economia seria o Estado dar mais apoios às empresas e 8% não tem dúvidas de que o melhor que poderia acontecer ao país é uma maior flexibilidade laboral - com o confinamento registou-se uma alteração da relação laboral e muitos portugueses gostaram do conforto de trabalhar em casa.
60% dos inquiridos consideram que a carga fiscal que paga é excessiva e que existe margem para redução. Aliás, apenas 11% dos inquiridos concordam com os impostos que pagam e 4% até acham que deviam pagar mais. Já 21% dos portugueses consideram que existe uma excessiva carga fiscal, mas que esta é necessária.
De acordo com esta sondagem, 62% dos portugueses querem pagar menos impostos em bens de consumo, como no IVA ou no imposto sobre os combustíveis. Mas 32% preferiam uma redução da carga fiscal nos impostos sobre os rendimentos, como o IRS no caso dos contribuintes e o IRC que as empresas pagam.
Onde deve o Estado gastar o dinheiro (o seu e o da bazuca)?
Olhando para o país, a Saúde é a área que mais inquiridos consideram necessitar de reformas urgentes, logo, com maior necessidade de investimento. Mais de metade, 52%, acha que o Estado deve investir e reformular este setor, cujas fragilidades têm estado muito expostas com a pandemia. No entanto, 33% dos inquiridos preferem que o Estado gaste dinheiro a reformular o sistema judicial, 12% pensam que são mais prementes mudanças na Educação e 3% apostariam numa reforma do Sistema Eleitoral.
Com os 16,6 mil milhões do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) no cofre, um autêntico jackpot – ou, como ficou conhecido, a bazuca - para a recuperação da economia nacional pós-pandemia, o que sabem os portugueses sobre o assunto? Os números são surpreendentes: 81% dizem estar mal informados ou, então, nem bem, nem mal. E se juntarmos os 6% que não têm opinião, a percentagem de negativas no teste ao PRR sobe até 87%.
Efetivamente, apenas 13% dos inquiridos nesta sondagem considera estar bem informado sobre o programa de investimento na economia portuguesa que ambiciona recuperar o país do impacto da covid-19 com apoios comunitários – uma bazuca de dinheiro que é a mais ambiciosa de sempre na Europa.
Com um programa até 2030, o PRR assenta em três pilares de resposta às necessidades do país, com foco numa aposta no desenvolvimento sustentável da economia através da resiliência, da transição climática e da transição digital. São 16,6 mil milhões de euros que representam uma oportunidade para o tecido empresarial português criar novos produtos e serviços, resultando na criação de emprego e no esperado aumento das exportações.
O facto de poucos reconhecerem saber o que é o PRR não os impede de ter uma opinião sobre as prioridades de investimento deste mega quadro de apoios. 73% concorda totalmente ou parcialmente com as prioridades do plano, enquanto apenas 8% tem opinião negativa. E sobre onde deve cair a bazuca, 59% dos portugueses considera que o investimento deve ser feito no setor público, por oposição a 30% dos inquiridos que considera que o dinheiro deve ir parar ao setor privado.
FICHA TÉCNICA:
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.
Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2) grupo etário (4) e região (4). A amostra teve 413 entrevistas efetivas; 98 entre os 18 e os 34 anos, 119 entre os 35 e os 49 anos, 113 entre os 50 e os 64 anos e 83 para os 65 e mais anos Norte 148 Centro 93 Sul e Ilhas 57 Área Metropolitana de Lisboa 115.
Técnica: Aplicação online CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré determinadas O trabalho de campo decorreu entre 5 e 7 de janeiro de 2022.
Erro probabilístico: O processo amostral, não sendo aleatório, implica a não indicação do erro probabilístico Contudo, para efeitos de comparação, para uma amostra probabilística com 413 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,024 (ou seja, uma “margem de erro” a - 95% de - 4,82%.
Responsabilidade do estudo Aximage Comunicação e Imagem Lda sob a direcção técnica de Ana Carla Basílio (CNN-Portugal, texto da jornalista Paula Oliveira)
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