sexta-feira, janeiro 28, 2022

Covid-19 já estava na Europa semanas antes dos primeiros casos serem confirmados, aponta estudo

Investigadores na Noruega dizem que o vírus da Covid-19 provavelmente já estava muito mais difundido na Europa e em todo o mundo, mesmo antes de serem confirmados os primeiros casos oficiais, avança o ‘Euronews’. Cientistas do Hospital Universitário Akershus, perto de Oslo, identificaram um caso positivo de coronavírus, numa amostra de sangue de uma mulher grávida a 12 de dezembro de 2019, considerando que provavelmente foi infetada no final de novembro ou início de dezembro.

“As nossas descobertas mudam a história da epidemia de coronavírus na Noruega e no mundo”, disse Anne Eskild, professora e diretora clínica do Akershus. Segundo a responsável, “quatro em 1.500 testes que fizemos em mulheres grávidas deram positivo antes do primeiro caso ser diagnosticado em França”, afirmou, citada pelo ‘Euronews’. Um conjunto de casos semelhantes a uma pneumonia foi identificado em Wuhan, China, em dezembro de 2019 e, a 12 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas partilharam a sequência genética do novo coronavírus que se espalha rapidamente.

De acordo com o Eurosurveillance, o jornal europeu sobre vigilância, epidemiologia, prevenção e controlo de doenças infeciosas, os três primeiros casos europeus foram confirmados em França a 24 de janeiro de 2020, após apresentarem sintomas alguns dias antes.~Em maio de 2020, foi relatado que outro paciente francês, tratado por pneumonia no hospital a 27 de dezembro de 2019, testou positivo para COVID-19 depois de uma análise feita na altura.

Eskild sublinha que a sua pesquisa mostra que o vírus já existia muito antes desses casos. “A área de abrangência do nosso hospital inclui mulheres que vêm de todo o mundo. Acho que algumas das que deram positivo nasceram, estiveram, ou tiveram familiares  presentes em locais de todo o mundo”, explica. “A conclusão disto é que, como as mulheres na nossa área de captação são de todo o mundo, o vírus podia já estar na Europa e em todo o mundo, ainda antes de os chineses anunciarem a epidemia”, resume. As descobertas foram publicadas na revista de epidemiologia e infeção da Cambridge University Press (Multinews, texto da jornalista  Simone Silva)

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