terça-feira, março 05, 2013

Sondagem na RTP: mostra apego de inquiridos aos serviços públicos

Li no site da RTP que "uma sondagem da Universidade Católica para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias revela, por parte das pessoas inquiridas, um aumento de confiança no Ensino Público e no Serviço Nacional de Saúde. Por outro lado, as prioridades do Governo em termos de investimento ou de cortes orçamentais são quase sempre o contrário do que a maioria dos inquiridos considera desejável. A uma pergunta sobre "os três temas que deveriam ser prioridades do Governo durante o período de crise económica", a redução do desemprego fica, distanciada, à frente dos restantes temas. Os dois seguintes são a "redução de impostos" e a "manutenção do poder de compra das pessoas". Comparadas com as respostas que duas sondagens anteriores (de Fevereiro de 2012 e de Junho de 2010) obtiveram para a mesma pergunta, verifica-se que o combate ao desemprego se manteve estável à frente de todos os outros temas e que a "redução do défice", segundo tema mais importante para os inquiridos em 2010, foi, já desde 2012, substituído nesse lugar pela "redução de impostos", continuando a decair rapidamente em importância ao longo do último ano. Cortes orçamentais impopulares Como se observa nas conclusões, a redução do défice "em junho de 2010 era uma prioridade para 44% dos inquiridos e hoje já só o é para 25%". No que diz respeito aos cortes orçamentais, há um contraste marcante entre os que a maioria dos inquiridos prevê venham a ser realizados e aqueles que considera necessários. Assim, citando as conclusões, por um lado "os inquiridos julgam que as áreas que sofrerão cortes são a saúde (61%), a educação (54%), a segurança social (52%) e a defesa nacional (34%)". E, por outro lado, quanto às preferências "57% [dos inquiridos] cortariam nas PPP, 36% nos juros da dívida, 33% na defesa nacional e 29% noutras áreas".
Só no que respeita à defesa nacional existe alguma concordância entre a percentagem de inquiridos que consideram os cortes nessa área como prováveis e aqueles que consideram esses cortes como desejáveis. Pelo contrário, segundo as conclusões, "Saúde, Educação e Segurança Social estão entre as áreas que, na opinião dos inquiridos, deveriam sofrer menos cortes". Perguntas mais específicas confirmam este quadro: a esmagadora maioria dos inquiridos (85%) rejeita a ideia de se introduzirem propinas no Ensino Secundário e uma confortável maioria (60%) manifesta-se a favor de diminuirem as propinas no Ensino Universitário. Já em relação aos efectivos da polícia, metade (49%) considera que devem manter-se e 38% que devem aumentar. No caso dos efectivos militares, só 12% desejam o seu aumento, 37% a conservação ao nível actual e 43% a redução. No que diz respeito às pensões de reforma, a maioria (54%) considera que devem ser pagas "pelo Estado em função dos descontos do trabalhador para a segurança social pública". Uma minoria importante (31%) admite um pagamento misto, pelo Estado e por privados e apenas 5% aceita a privatização total do sistema de pensões.
Confiança na saúde e na educação públicasManteve-se, de 2008 até hoje, relativamente estável a confiança, ou falta dela, em várias instituições (segurança social pública, sistemas de protecção social privados, ensino privado, IPSS, instituições de governo). Mas as duas excepções mais notáveis a esta regra revelam oscilações espectaculares. Como se refere nas conclusões, "a percentagem das pessoas que dizem ter muita ou alguma confiança no Ensino Público subiu de 59% para 79%. Subida semelhante aconteceu acerca do Sistema de Saúde Público (54% para 73%)".
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro de 2013. O Universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram obtidos 1141 inquéritos válidos, sendo que 57% dos inquiridos eram do sexo feminino, 24% da região Norte, 22% do Centro, 39% de Lisboa, 7% do Alentejo e 8% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral e do Censos 2011. A taxa de resposta foi de 41,1%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1141 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%”.