quarta-feira, março 06, 2013

RTP vai propor rescisões e prevê gastar quase 30 milhões de euros

Segundo o Económico, "a RTP vai abrir este ano um novo processo de rescisões amigáveis com o qual prevê gastar perto dos 30 milhões de euros que irá obter junto da banca. Irá ser proposto este ano "um novo programa social para rescisões amigáveis", com recurso "à quase totalidade do empréstimo de 30 milhões de euros" que "irá solicitar à banca comercial e que está em fase de aprovação", lê-se no plano de desenvolvimento e redimensionamento (PDR) da RTP, desenhado pela equipa liderada por Alberto da Ponte, presidente do conselho de administração da empresa, e que foi parcialmente entregue para consulta aos sindicatos e trabalhadores da estação pública. O documento, a cujas primeiras páginas a Lusa teve acesso, é escasso em novidades ou dados e objetivos mensuráveis, mas num dos "eixos ganhadores" em que é estruturado, está previsto o "redimensionamento" da empresa, justificado perante "o objetivo para 2014 de redução da estrutura de custos operacionais para 180 milhões  de euros". "A RTP enfrenta neste momento ambiciosas restruturações, não só ao nível de aquisição de grelha, como ao nível da sua estrutura orgânica", pelo que "urge iniciar-se uma profunda contenção e diminuição dos custos, promovendo um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, designadamente através da eliminação/redução dos encargos derivados de fornecedores de mão-de-obra externos, que muitas das vezes se sobrepõem a funções existentes internamente", estabelece o PDR. Outro dos desígnios é o de atingir "os 22% de audiências dos dois canais de televisão" em sinal aberto e "9% de audiência no conjunto das 3 antenas nacionais de rádio no final de 2014". Este objetivo está associado à "estabilização da audiometria em Portugal", que o plano liga à "reforma da regulação dessa audiometria, de modo a torná-la segura e sustentadamente independente até dezembro de 2013". A RTP, como anunciado pelo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, no Parlamento, procura um "parceiro tecnológico", processo que o PDR assume dever estar concluído no terceiro trimestre deste ano, num modelo ainda por definir. "Não há ainda um modelo preferencial, mas haverá diferentes hipóteses de colaboração [com esse parceiro -- 'uma grande empresa tecnológica nacional ou estrangeira'], quer na criação de um núcleo interno que sirva a RTP e a cooperação com outros operadores de serviço público, quer a criação de uma unidade autónoma, com a participação minoritária da RTP, mas com o mesmo âmbito descrito para o núcleo interno. Em qualquer dos casos a ligação à European Broadcasting Union é fundamental", diz o documento.A administração da RTP admite ainda que "são elevadas" as necessidades de investimento para os próximos dois anos no domínio da capacitação e modernização tecnológica da empresa, "por força da mudança para os meios de captura e emissão em HD [alta definição] e pela falta de investimento nos últimos anos". "O valor estimado de investimento em tecnologia será sempre superior a 20% da receita comercial da RTP", estabelece o PDR. Também o arquivo irá absorver investimento significativo. A recuperação e digitalização dos acervos de áudio e vídeo, com descrição e catalogação dos conteúdos, serão feitos até 2015, com custos estimados em 21 milhões de euros."Seremos o 'pin' na lapela de todos os portugueses, a organização de serviço público mais querida das famílias portuguesas e dos amigos de Portugal, onde quer que estejam no mundo", promete a equipa de Alberto da Ponte"