quarta-feira, setembro 28, 2011

SATA com resultado negativo de 3,5 milhões de euros em 2010

Segundo o Diário dos Açores, "o Grupo SATA apresentou um resultado negativo de 3,5 milhões de euros no ano de 2010, mas a análise do Relatório e Conta, ontem finalmente tornado público, revela uma situação bem mais complexa e até eventualmente perigosa em termos da exploração da empresa. A verdade é que tanto a SATA Internacional como a SATA Air Açores relevaram prejuízos em 2010. E se no ano passado a empresa se vangloriava de ter conseguido um resultado positivo em 2009 (cerca de 1 milhão de euros), quando aquele ano era considerado pela IATA "como o pior ano para a aviação comercial desde a 2ª guerra mundial, sendo mesmo chamado de "Annus Horribilis", como a empresa destacava na sua apreciação das Contas, fica por se perceber como será 2010 considerado ao nível interno da empresa. O facto é que essa apreciação, que em geral é feita em forma de "press release", este ano não existiu. E à Antena 1, um porta-voz da empresa disse mesmo que "não comentava" os resultados, alegando que o presidente da empresa "já havia dado uma entrevista sobre o assunto a um jornal local". À parte o exotismo destas posições, o mundo SATA em 2010 ficou bem mais endividado e com menor capital próprio, tendo ao mesmo tempo aumentado o seu número de funcionários. Para além desses aspectos, a dependência aos capitais públicos, injectados pelo Governo Regional, está maior. A SATA Internacional, que opera entre o arquipélago e o exterior, apresentou um resultado líquido negativo de quase 3,9 milhões de euros. A SATA Air Açores, que opera no interior das ilhas e na ligação entre o Funchal e o Porto Santo, registou um prejuízo de 3,5 milhões de euros. O seu capital próprio baixou de 31,5 milhões para 27,7 milhões, para absorver esse prejuízo. O seu activo aumentou de 111,7 milhões para 159,5 milhões, mas o seu passivo passou de 80 milhões para 131,8 milhões de euros, devido à aquisição da sua nova frota. Até que ponto a empresa será capaz de assimilar esse aumento do passivo sem degradar ainda mais a sua posição financeira é a grande questão dos próximos anos. O facto é que os novos aviões em 2010 contribuiram para um aumento dos rendimentos de 66,3 para 69,2 milhões, mas os gastos operacionais aumentaram ainda mais, de 64,7 para 70,9. Só em peças sobressalentes para os aviões Q 200 e material para carga e descarga dos aviões para os Q 400, a empresa investiu cerca de 7,6 milhões de euros. Os novos aviões conseguiram reduzir o número de voos, de 12.973 em 2009 para 12.032 em 2010, houve um aumento do número de passageiros de cerca de 3 mil (de 410 mil para 413 mil), mas foi insuficiente para evitar uma redução do "load factor" (que corresponde à taxa de ocupação), baixando de 62,3% para 60%. Os gastos com os funcionários baixaram de 28 para 25 milhões, mas na realidade o seu número aumentou de 696 para 707. O resultado é que o seu peso continua a ser enorme, sendo superior ao rendimento da exploração aérea (que baixou de 26 para 23 milhões de euros). Os subsídios aumentaram de 20 para 25 milhões de euros, dos quais cerca de 1,3 milhões relativos à operação do Funchal-Porto Santo. A juntar às preocupações deste ano, mais um custo escondido: as "taxas de emissão de CO2", que a empresa estima poderem atingir 1,3 milhão de euros”.

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