quinta-feira, setembro 29, 2011

Empresas públicas: buraco cresceu mil milhões de euros durante 2010

Segundo o Jornal I, "as empresas públicas acumulam uma situação de falência técnica que, até ao final de 2010, apontava para um custo potencial para os contribuintes superior a 8,2 mil milhões de euros, mais mil milhões de euros do que o valor registado no final de 2009 pelo mesmo conjunto de empresas. Em causa os capitais próprios de 35 entidades, que no final de 2010 eram já negativos em 8,22 mil milhões, valor que compara com os 7,19 mil milhões do ano anterior (mais 15%).Uma empresa tem capitais próprios negativos quando tudo o que possui e tem por receber é menor que as dívidas que acumula. Os valores de cada empresa na esfera do governo vieram ontem publicados no Anuário do Sector Empresarial do Estado - 2010, publicação da responsabilidade da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC).Apesar do valor total corresponder a 35 empresas públicas – incluindo centros hospitalares e hospitais –, o grosso do buraco no sector empresarial do Estado concentra-se em oito empresas – CP, Refer, Metro do Porto, Carris, RTP, EDIA, Metro de Lisboa e STCP – que, juntas, acumulam 7,4 mil milhões em capitais próprios negativos, quando em 2009 a diferença entre o que tinham e o que deviam era de 6,6 mil milhões.Os 8,22 mil milhões de euros em capitais próprios negativos que as empresas públicas acumulam representam perto de 4,75% do produto interno bruto (PIB) português no final de 2010, valor que compara com o peso de 4,25% do PIB que tinha em 2009 – o salto seria maior não fosse o crescimento do PIB em 2010. Este é um valor que, de forma directa ou indirecta, acabará por recair sobre os contribuintes, seja através de injecções de capital pagas pelo Estado, aumentos de preços – como nos transportes –, ou simplesmente pela venda a um preço quase irrisório das empresas – veja-se a TAP, por exemplo, cuja privatização deverá resultar num encaixe próximo do nulo para as contas públicas.Tal como i noticiou ontem, se o Estado aplicasse a si mesmo o remédio que receitou para o sector empresarial local, estas 35 empresas teriam de fechar, já que apresentam todas capitais próprios negativos e, na maioria dos casos, prejuízos recorrentes.Ainda segundo o relatório elaborado pela OTOC, o passivo total do sector empresarial do Estado representava no final de 2010 apenas 70% do total de activos, somando 38 mil milhões de euros. O relatório aponta ainda que durante 2010 as empresas públicas acumularam prejuízos de 500 milhões de euros".

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