segunda-feira, setembro 26, 2011

O que o "buraco" da Madeira ajudou a esconder: prejuízos dos hospitais empresa agravaram-se 31%

Segundo a jornalista do Económico, Catarina Duarte que “no final de 2010, os hospitais EPE apresentavam prejuízos de 392,2 milhões de euros. A situação financeira dos hospitais EPE agravou-se no final do ano passado, para um prejuízo de 392,2 milhões de euros, uma degradação de 31,4% face a 2009. Os dados disponibilizados hoje pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) mostram que o esforço de consolidação das contas dos hospitais iniciado pela anterior ministra Ana Jorge não teve o efeito desejado. "Os custos operacionais crescem 1,1% totalizando 5.344,2 milhões de euros enquanto os proveitos diminuíram 0,8% cifrando-se em 4.951,7 milhões de euros", conclui o documento. Os gastos com medicamentos e outro material clínico cresceram 3% para 1,5 mil milhões. Os custos com fornecimentos de serviços externos também se agravaram em 2,1%, ultrapassando no final do ano passado os 865 milhões de euros. Apenas na rubrica de despesa com pessoal se verificou um decréscimo, ainda que muito ligeiro, da despesa. Os hospitais EPE gastaram com recursos humanos 2,7 mil milhões de euros, o que representa menos 0,1% que em 2009. O relatório conclui que "observando o comportamento das principais rubricas de custo, constata-se que as metas máximas de crescimento definidas para o ano de 2010 foram cumpridas, contudo estas metas ainda não permitiam atingir um nível de custos que garantisse equilíbrio operacional". No caso dos hospitais do sector público administrativo (SPA) o cenário foi menos gravoso: "No âmbito dos Hospitais SPA, os resultados observados mostram uma situação económica mais equilibrada, comparativamente com os Hospitais EPE, ainda assim, exibem um resultado operacional negativo de 9,4 milhões de euros. Este valor representa, uma variação positiva de 4,1%, relativamente ao valor verificado no período homólogo", conclui a ACSS. Os objectivos definidos pela ‘troika' para a consolidação das contas dos hospitais são ambiciosos. Mas são as próprias instâncias internacionais que já vieram dar o alerta - nos documentos de avaliação intercalar do FMI e da Comissão Europeia - para o risco das metas não virem a ser alcançadas, levando Portugal a falhar os objectivos acordados e, consequentemente, por em causa as próximas tranches de financiamento”.

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