O Nuno Morna,
apesar de uma espécie de arrufos públicos contra o líder regional do seu
partido, essencialmente por causa da forma como Gonçalo Maia Camelo anunciou o
voto a favor da moção de censura do Chega por parte da Iniciativa Liberal,
obviamente que vai votar a favor da queda do Governo, mesmo que saiba, e ele
sabe, que provavelmente esse será um dos
seus últimos actos parlamentares, na medida em que caberá ao novo líder
regional dos liberais encabeçar a lista de candidatos a novas e eventuais
eleições regionais. A IL, como costume, terá muita pedra para partir quando for
chamada a lutar, se for caso disso, e
como previsivelmente penso quer vai ocorrer - algo que obriga sempre a
IL a muito trabalho, dada a votação dos liberais nas regionais madeirenses - para
garantir a eleição de um seu deputado. O problema é que, atenuando algumas ideias
mais radicalizadas que a IL tem vindo a veicular, parece-me admissível que possamos
ter uma IL mais forte e com outra capacidade de intervenção social e política,
algo que dificilmente vai conseguir se não for para a rua, se não for contactar
directamente as pessoas, com um discurso coerente e fácil de entender, que
toque nas questões essenciais sem grandes derivações especulativas, se não facilitar
a percepção do seu discurso e das suas ideias, algo que não se consegue fazendo
campanhas apenas para os mídia, tentando aproveitar o espaço mediático, sobretudo
televisivo, que porventura essas iniciativas propiciam. Se não tiver uma estrutura
partidária própria, consentânea com o quadro constitucional da autonomia
regional, que nada tem a ver nem se pode confundir com as estruturas partidárias
nas regiões do Continente. Tendo dificuldade em situar ideologicamente a IL, no
plano tradicional da escala de catalogação ideológica dos partidos – mesmo que
saibamos todos que as ideologias tradicionais, estão doentes, ficaram
ultrapassadas, deixaram de estar adaptadas a uma nova realidade social, económica
e política, há muito deixaram de ser a componente mais importante na política –
acredito que a IL tem que ter outra capacidade de movimentação no quadro politico
regional e mesmo nacional, em regiões – casos da Madeira e dos Açores,
constitucionalmente reconhecidas como Regiões Autónomas, algo nem sempre compreendido,
aceite e demonstrado por alguns políticos e partidos... – que aparentemente lhe
seriam favoráveis. Por isso, não seu até que ponto, ressalvando o direito a
fazer oposição e querer fazer oposição ao PSD-M e a Miguel Albuquerque, que a
IL ache que este é o tempo, seis meses depois de eleições regionais, para derrubar
governos e alinhar pelos que querem novas eleições, apenas porque sonham com a
conquista do poder, não com os problemas dos madeirenses. Mas cada um fica com
a sua estratégia e com os riscos ou méritos que ela comporta. Uma coisa é certa:
tenho pensado muito no PRD de Ramalho Eanes, que encheu o peito quando apareceu
e que depois desapareceu sem ninguém dar por isso, porque adoptou exactamente
uma estratégia já existente da parte de outros partidos e que não devia nem
podia ter sido adoptada pelos “eanistas”, porque não era essa a via adequada para marcar a diferença e porque não conseguiram realmente criar um espaço social e político próprio de afirmação na política
nacional. Por isso está extinto e não deixa saudades. Finalmente, em termos de mais-valias política e eleitorais, duvido que o novo líder da IL na Madeira as tenha mais que Nuno Morna (LFM)
quarta-feira, novembro 20, 2024
Nota: a IL, o PRD e as cópias do que já existe
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