quarta-feira, julho 19, 2023

Sondagem: governo do PS e de Costa continua com avaliação negativa, mas deve cumprir mandato

Uma maioria de 78% dos inquiridos pelo Cesop defende que António Costa precisa remodelar o Governo. João Galamba é o ministro mais mal-avaliado. Aliás, a maioria defende que ele já devia ter saído. A avaliação do desempenho do Governo de António Costa continua maioritariamente negativa na sondagem feita para o PÚBLICO, a RTP e a Antena 1, pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (Cesop). Mas essa apreciação negativa baixa ligeiramente para 52% dos inquiridos, enquanto em Fevereiro era de 53%. A classificação de muito mau desempenho é feita por 20% dos 1006 inquiridos e a de mau por 32%. Por outro lado, 38% dos entrevistados consideram que o Governo é razoável, 8% consideram-no bom e 1% muito bom. Uma ligeira melhoria geral, já que, em Fevereiro, a grelha era: muito mau, 18%; mau, 35%; razoável, 39%; bom, 7%; muito bom, 0,2%. No entanto, a avaliação feita ao executivo fica abaixo da sondagem de Julho de 2022, em que 50% consideravam o Governo razoável, 24% mau e 12% muito mau. Há um ano, 9% avaliavam o executivo como bom e 1% como muito bom. Apesar da avaliação negativa que os inquiridos fazem do desempenho do Governo, 75% consideram que o mais provável é que o Governo cumpra o mandato até ao fim (2026) e apenas 22% admitem eleições antecipadas.

Também aqui as respostas mostram uma melhoria da posição do Governo. Há um ano, apenas 69% previam que o mandato do executivo chegasse a 2026 e os mesmos 22% previam que o executivo cairia. Por sua vez, 69% dos inquiridos acham que é melhor para o país que o Governo cumpra a legislatura e 27% consideram que é melhor haver eleições antecipadas.

Maioria quer remodelação

Ainda que considerando que o Governo deve cumprir o mandato até ao fim, uma expressiva maioria de 78% dos entrevistados defende a necessidade de o primeiro-ministro fazer uma remodelação e substituir ministros, contra uma minoria de 18% que responde não ser preciso António Costa remodelar. Neste caso, a defesa da mudança do elenco ministerial sobe bastante, já que há um ano só 56% defendiam uma remodelação, enquanto 31% dos inquiridos diziam que não era necessária.

Especificando quais os membros do executivo que devem sair – uma pergunta em que os inquiridos eram livres de indicar os nomes –, a ordenação dada pelas resposta foi: João Galamba (37% do total de inquiridos), Manuel Pizarro (16%), Fernando Medina (12%), João Costa (11%), Maria do Céu Antunes (10%), José Luís Carneiro (5%), Catarina Sarmento e Castro (5%).

Outra grelha de perguntas da sondagem avaliou quais os melhores e os piores ministros. Entre os inquiridos, 9% consideraram Manuel Pizarro, ministro da Saúde, de forma positiva, 7% apontaram o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, como, até agora, o melhor membro do executivo e 5% escolheram o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva. Em relação aos ministros considerados como os piores, o ministro das Infra-Estruturas, João Galamba, fica destacado em primeiro, com 36%, João Costa, ministro da Educação, é apontado por 7% dos inquiridos e o ministro das Finanças, Fernando Medina, por 6%.

Ainda no âmbito da avaliação dos ministros, 76% das respostas dizem que o primeiro-ministro não fez bem em manter João Galamba como ministro das Infra-Estruturas e 16% consideram que a decisão é acertada.

Este desgaste de alguns ministros é completado por um outro conjunto de questões sobre a forma como os inquiridos avaliam o impacto na credibilidade e na actuação do Governo que tiveram, e têm, a multiplicação de casos e as 14 exonerações de ministros e secretários de Estado: 86% consideram que esse impacto existe e apenas 11% dizem que não há impacto. Em relação a Fevereiro, há aqui uma ligeira melhoria, pois 87% dos inquiridos disseram então que tinha impacto. Quanto ao abalo que estes casos e demissões têm na confiança das pessoas relativamente ao Governo, 83% dos inquiridos dizem que têm e 15% respondem que não.

Ficha técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 6 e 15 de Julho de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efectuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1006 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 20% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 29%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1006 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95% (Algumas perguntas foram colocadas apenas a uma subamostra de 656 entrevistados. Nestes casos, a margem de erro máxima é de 3,8%) (Publico, texto da jornalista São José Almeida)

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