segunda-feira, agosto 03, 2020

Quase um terço dos estabelecimentos turísticos admite baixar preços

A maioria dos estabelecimentos (57%) não prevê alterar os preços praticados face ao ano anterior, mas cerca de um terço admite mesmo vir a reduzi-los. O setor do turismo está entre os mais penalizados pela crise económica que a pandemia de Covid-19 desencadeou a nível mundial. No mês de junho as quebras para o setor turístico foram ainda muito acentuadas, acima de 80%, tanto no número de hóspedes como nas dormidas. Neste cenário, um pouco mais de um terço dos estabelecimentos está a considerar baixar os preços. Estas são algumas das conclusões apresentadas na estimativa rápida feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e divulgada esta segunda-feira, 3 de agosto. No mês de junho terão sido registados 500,5 mil hóspedes e 1,1 milhões de dormidas, o que denota quebras de -81,7% e -85,1%, respetivamente, ainda assim inferiores às de -94,2% e -95,3% registadas em maio, pela mesma ordem.

Neste contexto, a maioria dos estabelecimentos (57%) não prevê alterar os preços praticados face ao ano anterior, mas cerca de um terço (34,9%) admite mesmo vir a reduzi-los. Este grupo, que está disposto a baixar a fatura, concentra-se maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve (58,8% e 54,5% dos estabelecimentos, respetivamente).
De acordo com os resultados de um questionário específico adicional que o INE promoveu durante os meses de junho e julho, 62,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes (que representam 78,6% da capacidade de oferta) assinalaram que a pandemia de covid-19 motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de junho a outubro de 2020, maioritariamente dos mercados nacional e espanhol.
A previsão que é feita pelos inquiridos é de que em junho e outubro as taxas de ocupação sejam inferiores a 50%. Por detrás desta quebra estão também as exigências da pandemia, como é o caso do aumento do intervalo de tempo entre o check-out e o check-in dos hóspedes (55,9% dos estabelecimentos) e da redução do número de quartos (48,6%).
As dormidas de residentes terão diminuído 59,8% (-85,9% em maio) atingindo 869,6 mil, representando 81,2% do total das dormidas, enquanto as de não residentes terão decrescido 96,0% (-98,4% no mês anterior), situando-se em 201,3 mil. Neste mês, o Alentejo destacou-se ao apresentar uma diminuição do número de dormidas de 48,4% (-31,2% no caso dos residentes e -84,7% no de não residentes) (Jornal de Negócios, texto da jornalista Ana Batalha Oliveira)

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