domingo, agosto 02, 2020

Nota: o essencial é a racionalidade, a responsabilização social e a coerência

Eu não tenho receio dos que emitem a sua opinião, em defesa da saúde pública, mesmo "achando" que podem dizer o que dizem. A liberdade não impede ninguém de "achar" nada, quer os que "acham" quer os que são "doutos". Porque sobre a pandemia do covid19 ninguém sabe nada de nada, nem os que julgam que sabem tudo e que dizem que não "acham" nada. Tenho medo sim, é dos que dizem e afirmam, sem "achar" nada, porque se reclamam donos da sabedoria absoluta. Nomeadamente quando interessa, inclusivamente quando se comportam como juízes em causa própria! O problema é que perante a realidade desta pandemia percebemos logo que poucos são, pouquíssimos, os que sabem mesmo o que se passou e o que se passa com esta crise sanitária à escala global ou até o que nos espera no futuro. O que está em causa - e cada vez mais se colocam essas incertezas, num tempo em que até a manipulação invadiu o tema das vacinas e os seus efeitos e a própria OMS avisou ontem que a pandemia está para durar muito tempo ainda... - é a defesa da saúde pública. E para que ela seja possível e realizável, tudo o que prejudicar esse desiderato deve ser proibido, impedido, custe o que custar doa a quem doer. Nestes tempos de pandemia, não há estatutos especiais de ninguém, pessoa, instituição ou evento público, caso colidam com os superiores interesses da obrigação de defesa da saúde pública.
Lamentavelmente a ideia que infelizmente ficamos, é a de que vivemos um tempo onde, estranhamente, ainda há excepções, e que é mais fácil penalizar uns em detrimento de outros, porque há quem use a faculdade - pelos vistos de forma inapropriada e abusiva - de impor regras por decreto para as quais nem competência terão, apesar dos objectivos serem incontestados. O caminho é que tem que ser outro, porque 40 anos depois dos primeiros passos a Autonomia regional continua a confrontar-se com o bluff em muitas matérias, como será o caso das máscaras. Como é que se pode impor, por exemplo, o uso de obrigatório de máscara (só durante o mês de Agosto?), quando se desvaloriza a decisão e se passa para a comunicação social a ideia de que não há penalizações como acontece em muitas comunidades espanholas e  outros países? Se a realidade é essa, então para que serve a decisão de uma alegada obrigatoriedade que não...é obrigatória e cujo incumprimento nem multado será? Outro exemplo da incoerência: porque se recusaram ouvir e acolher os protestos e comentários indignados e críticos das pessoas - eu sei as "redes sociais" só servem para certas coisas e manigâncias e em certos momentos, eu sei isso.... - que andaram meses a dar conta que no barco que demora cerca de 2 horas e meia a ligar a Madeira e o Porto Santo, com bares abertos a facturar e com  gente a circular no navio, tal media (máscara) não tenha sido imposta nessas circunstâncias, quando é sabido que os passageiros  circulam no navio conversando e que se concentram junto aos bares (nos aviões o uso de máscara é obrigatório e as refeições e as bebidas foram suprimidas em quase todas as companhias)?
Haja coerência, "achem" ou não que as pessoas têm razão para expressarem a sua enorme dificuldade em entender certas coisas, sem nunca questionarem - salvo os casos de irresponsabilidade social que têm muito a ver ou com caganças pessoais ou com falta de educação cívica - a imperiosa obrigação de salvaguarda da saúde pública. Mas como diz o ditado, "cada um sabe de si e a mais não é obrigado", até o dia em que sentirem calafrios e ficarem de diarreia com medo com o que lhe possa acontecer. A si ou aos seus. Nesse dia, passam a ser os médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde a ter que aturar esses espertalhões (e espertalhonas) e às suas frustrações mentais (LFM)

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