domingo, agosto 02, 2020

Expresso: A ilha de Miguel é um Jardim

Funchal, 2016. Miguel Albuquerque está há quase um ano na presidência do governo regional e é visível a mudança no estilo. Agora há debates mensais no parlamento regional e, na Quinta Vigia, arranjaram-se os jardins e trocaram-se os animais de estimação. Alberto João Jardim levou o gato, as araras foram recambiadas para o Jardim Botânico e à porta está “Sissi”, uma golden retriever com nome de imperatriz a condizer com as ideias monárquicas do novo ocupante.
É neste ambiente renovado que Albuquerque recebe o presidente da câmara de Santa Cruz, eleito pelo Juntos Pelo Povo (JPP), e Filipe Sousa entra no gabinete com esperança, é desta que se resolve o contencioso dos terrenos do parque industrial da Cancela, que o município reclama como seus. O encontro dura mais ou menos meia hora, a meia hora mais estranha de que se lembra o autarca. “Entrámos no gabinete e eu pensei que se ia discutir a questão dos terrenos, mas o presidente do governo regional começa a falar de umas bonecas que encontrou numas viagens a Itália, fala do realismo das bonecas, da qualidade e eu fico sem perceber se faz coleção, se aquilo é para fazer conversa, fico confuso, mas a história das bonecas arrasta-se por uns 20 minutos até que olha para mim e diz-me: ‘Sobre aquele assunto dos terrenos, o advogado do governo depois liga. A reunião acabou assim.’”
Filipe Sousa nunca recebeu o telefonema, o governo regional continua a usar os terrenos sem pagar ou compensar a câmara municipal. A reunião, pelo menos, serviu para perceber como funciona o líder do PSD. A história das bonecas não era uma maluquice, uma excentricidade: era estratégia para confundir, manter o verniz de pessoa civilizada e deixar tudo tal como estava. E, segundo o autarca, a gestão dos governos de Albuquerque “é tão calculista e tão ditada pelos interesses partidários como era no tempo de Jardim”.
Calculista na versão dos adversários, pragmático na perspetiva dos apoiantes. Rui Abreu, chefe de gabinete nos tempos da câmara, descreve-o como alguém que “só pensa em política e que tem sangue de lagartixa”. Juntos na política desde os anos 80, quando ambos estavam na JSD, o antigo braço-direito esclarece: “Ninguém o conhece melhor do que eu, tem sangue frio, nunca ferve, é tal e qual como a lagartixa, que aguenta temperaturas de 50 graus.”
No percurso até chegar onde está, na Quinta Vigia, e num segundo mandato como presidente do governo regional, foi preciso muito sangue frio já que, em 26 anos de vida pública, foi dado como politicamente morto por várias vezes. Quando Jardim mudou as simpatias e escolheu outros para lugares de confiança; quando o desafiou em 2012 ou ainda há um ano, numa altura em que parecia certo que uma coligação negativa iria ficar com a maioria no parlamento regional. Ou depois, durante as negociações para formar governo com o CDS. “Não parece, mas é político, só pensa em política”, resume o homem que hoje está à frente da Direção Regional das Comunidades.
Rui Abreu, chefe de gabinete nos tempos da câmara, descreve-o como alguém que “só pensa em política e que tem sangue de lagartixa”
Miguel Albuquerque sempre cultivou a arte de parecer diferente, desligado até do partido no qual fez carreira, primeiro como deputado regional, depois como vice-presidente da Assembleia Legislativa antes de a câmara do Funchal lhe cair no colo, em 1994. O caminho até tomar posse como presidente começou um ano antes quando, ao pressentir uma possível derrota nas autárquicas, Jardim foi buscar Virgílio Pereira, histórico do partido e primeiro autarca do Funchal no pós-25 de Abril.
O então líder do PSD prometeu dinheiro e deu carta branca para a lista e, Virgílio Pereira chamou independentes e colocou Miguel Albuquerque como número dois. Os sociais-democratas ganharam as eleições, mas o presidente eleito não se iria demorar muito após descobrir um passivo de €35 milhões e de ser informado que, afinal, não poderia contar com a solidariedade financeira do governo regional. Demitiu-se em agosto, Albuquerque tomou posse em setembro.
Luís Vilhena, arquiteto, ex-vereador e deputado do PS, era nessa altura colaborador da câmara e viu uma esperança para a cidade naquele presidente jovem, quando se estava a debater um novo plano diretor municipal. Os grandes empreendimentos imobiliários estavam por construir e ainda era possível ver, a pouca distância do centro, hotéis rodeados por terrenos de bananeiras. “A questão é que Miguel Albuquerque tem um projeto de poder, já o tinha, mas não estava preparado para gerir o que lhe caiu no colo.” E, nos 19 anos seguintes, a construção iria engolir os terrenos de bananeiras, fazendo surgir prédios de habitação e hotéis, com notícias de violações do plano diretor municipal e os truques do andar recuado, para contornar os limites dos índices de construção.
Assuntos que, nesses anos, não tiram o sono aos políticos nem entusiasmam os eleitores. A Madeira, no virar do século, vive um período de fartura, dá ideia que Alberto João Jardim, desde que assinou o pagamento de 70% da dívida pública regional com António Guterres, tem uma árvore das patacas, há dinheiro para tudo. Na câmara do Funchal, Miguel Albuquerque cavalga a onda da cidade limpa e dos espaços verdes e entra no novo século com a inauguração do passeio marítimo na zona hoteleira. Mas é também o primeiro dos políticos madeirenses a aparecer na imprensa cor de rosa. O casamento, a meados dos anos 90, com a arquiteta Elisabete Andrade, vereadora eleita pelo PS, tem contornos de amor de telenovela. A história abala a oposição socialista, dá que falar na ilha — há um divórcio pelo meio — e termina com cerimónia religiosa na igreja do Colégio e copo de água no Casino, onde Miguel Albuquerque há de tocar piano para a nova mulher.
A partir desse momento as reportagens, peças, tudo o que se escreve sobre o então presidente da câmara do Funchal passam a incluir o facto de tocar piano, de ter tocado em hotéis nos anos do liceu e de ter sido educado pelo avô materno, militar e um dos heróis da revolta da Madeira de 1931 contra o Estado Novo. É neto de um opositor ao regime de Salazar, mas é também proprietário de um roseiral, do qual trata, na Quinta do Arco, uma unidade de turismo rural no norte da Madeira que gere com a então mulher.
Com duas eleições ganhas por maioria absoluta na capital madeirense — onde se diz que o eleitorado é mais exigente — a ideia de ganhar o PSD e suceder a Jardim começa a ganhar forma. A discussão em torno de quem um dia sucederá ao líder histórico é um tema que apaixona a opinião pública, fazem-se sondagens, e Albuquerque aparece sempre como o escolhido. Talvez por isso, Jardim muda de simpatias no início de 2000 e não se mete nas brigas dos delfins.
O verniz estala primeiro com João Cunha e Silva, vice-presidente do governo regional, que, em 2005, ordena uma auditoria às contas da câmara do Funchal. Nada de muito relevante sai dessa fiscalização e Albuquerque volta a ganhar as eleições, tendo por opositor principal Carlos Pereira, independente eleito vereador pelo PS. Economista de formação, faz equipa com o arquiteto Luís Vilhena, mas depressa ambos vão perceber que aquele “dandy”, de ar desinteressado, “que às vezes até parece tolo”, tem mais faro político do que aparenta.
“Lembro-me de uma vez, numa reunião de vereação das quintas-feiras, estarmos a discutir questões de orçamento ou violações do plano diretor municipal, sei que era um debate duro. Quando, do nada, o Miguel Albuquerque declara: há três grandes problemas neste país. O primeiro são os advogados, o segundo são os bombeiros. O debate parou, fez-se um silêncio na sala e, nisto, eu pergunto: e qual é o terceiro? Ele responde-me: já não me lembro, mas também não interessa.”
A discussão acaba, tal como outras depois, quando, sem se perceber como, o assunto virava para as viagens a Itália ou para os reis de Portugal. “Como nunca se prepara, disfarça a insegurança dessa maneira, com conversas desconcertantes e estranhas, que nos deixavam perplexos.” E não tinha problemas em delegar competências nos vereadores, eram os vereadores quem, de facto, geria a câmara e resolvia os problemas.
“Nunca houve interferências, uma vez delegadas as funções, quem decidia eram os vereadores”, explica Henrique Costa Neves, o homem que, durante 12 anos, esteve à frente do pelouro do Ambiente no Funchal e por diversas vezes protagonizou polémicas com o governo regional, entre as quais a última e a maior, em 2011, quando participou numa manifestação contra os planos de Jardim para a frente mar da cidade. O desentendimento a propósito destas obras é de tal ordem que acaba com a regionalização de várias estradas e caminhos, para evitar um bloqueio municipal.
Por esta altura já é claro que Miguel Albuquerque e Jardim não se entendem e, mais dia, menos dia, irão enfrentar-se. Desde as grandes cheias de 2010 que Albuquerque é o político mais popular na Madeira. Rubina Leal, que foi vereadora da área social, lembra-se da manhã de 20 de fevereiro de 2010, quando estavam numa reunião do PSD e receberam as primeiras informações do que se estava a passar. “Teve a presença de espírito de ir para o quartel dos bombeiros, mas não ficou parado. Acabámos a fazer de polícias sinaleiros para desviar o trânsito da baixa.”
A imagem do homem vestido com o colete da proteção civil, lado a lado com os funchalenses, num momento de aperto vai marcá-lo, sobretudo quando a crise cai em cheio na Madeira e se descobre um buraco de mil milhões de euros nas contas públicas. Jardim desentende-se com o novo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e assina um plano de resgate. O desemprego cresce, param as obras e os madeirenses voltam a emigrar. 2012 é um ano duro no arquipélago, mas Albuquerque decide que é altura para desafiar o líder.
“Sei que tínhamos um compromisso no Teatro Municipal e que o Miguel entrou no meu gabinete para me dizer: é hoje. Eu respondi-lhe que já era tempo”, conta Rui Abreu, o antigo chefe de gabinete. O tempo de anunciar que era candidato a líder do partido num combate duro, que irá marcar o partido e implicar derrotas eleitorais. A primeira é ao nível interno, Albuquerque perde a corrida por 80 votos e o partido fica nas mãos de Jardim por mais dois anos. Pelo caminho, o velho presidente irá tentar expulsar o adversário e enfrentar a primeira derrota nas urnas, nas autárquicas de 2013 em que perde sete câmaras.
Há um movimento em curso na Madeira, e o PSD percebe que não pode ficar como está. Com a promessa de renovação, Miguel Albuquerque ganha o partido à segunda volta no fim de 2014. Em janeiro de 2015, Jardim demite-se, são convocadas eleições regionais antecipadas e o PSD conquista uma maioria absoluta por um deputado, mas nada será como dantes. O novo líder tem de juntar cacos, fazer alianças e chegar a compromissos, a renovação prometida é tímida e o governo arranca ainda debaixo das regras do plano de resgate.
Pelo caminho, surgem as primeiras notícias de que a Quinta do Arco, onde tem o famoso roseiral, tem problemas financeiros e dívidas à Segurança Social. Em 2017, vende a propriedade a um fundo que tem ligações ao universo empresarial do Grupo Pestana. O caso é alvo de uma queixa no Ministério Público, feita por Gil Canha, antigo vereador e deputado regional para quem o grande pecado do novo presidente é este, o de ceder aos interesses instalados, aos grandes grupos económicos como o Pestana, o grupo AFA das obras ou o grupo Sousa dos portos e dos transportes marítimos.
Perante o silêncio nacional, decide anunciar que, se for preciso, avança com uma candidatura à Presidência da República
“Eu reconheço algumas qualidades ao presidente e talvez a mais vincada é a de assumir a responsabilidade do que faz, não atira para os outros, assume e, às vezes, assume até a responsabilidade do que não fez por entender que é o responsável político. Lembro-me de, na Câmara, dizer que uma coisa não lhe dizia respeito, que não era com ele e ainda assim assumia.” Gil Canha lamenta que tenha falhado a promessa de renovar e de continuar a tradição do PSD, dos interesses e do polvo. No mesmo ano em que vendeu a quinta, voltou a ser adjudicada ao grupo Pestana a concessão do Centro Internacional de Negócios.
Enquanto se tenta livrar dos problemas da Quinta do Arco, Albuquerque baixa as defesas e relaxa nos dois primeiros anos na Quinta Vigia. Tem um novo casamento com Sofia Fernandes, um filho pequeno e uma filha a caminho e confia na equipa. Ou melhor, faz o que sempre fez: delega funções. O governo, no entanto, não funciona, perde-se em contradições “Esse é o grande problema de Miguel Albuquerque, a rotina causa-lhe um certo enfado”, explica Carlos Rodrigues, deputado do PSD que conhece o presidente há 20 anos. “No combate, seja político, seja a gerir crises, não tem medo, toma decisões, tem liderança e coragem, mas perde a chama a gerir o dia a dia”. E talvez por isso não compreende logo o poder da máquina montada em torno do novo presidente da Câmara do Funchal.
Paulo Cafôfo não esconde a ambição, mesmo sendo independente e quando ganha a segunda eleição à frente de uma coligação fica claro que Miguel Albuquerque tem um adversário forte, sobretudo depois de umas autárquicas em que o PSD teve a pior votação de sempre. No fim de 2017, o PS revela a estratégia: escolhe um líder para o partido, mas o candidato nas regionais será Cafôfo. E é aqui que Albuquerque é dado como politicamente morto.
Pelo menos parece e ninguém acredita que a remodelação que faz no governo vá a tempo de mudar o sentimento popular. Pedro Calado, que fora número dois na câmara, sobe a vice-presidente com plenos poderes e Jardim é condecorado na Assembleia Legislativa. O tom sobe, o contencioso da autonomia regressa a propósito dos preços das passagens aéreas, do hospital e de tudo o que está pendente entre o Funchal e Lisboa. O estilo assemelha-se mais ao de Jardim, mas, no início de 2019, as sondagens colocam Cafôfo como o mais popular entre os madeirenses para as regionais. Na rua, nos cafés e nas conversas é dado assente: Albuquerque e o PSD estão arrumados, a mudança vai mesmo entrar pela administração pública e virar tudo ao contrário. E, sorrateiro, há um boato que há muito mina a imagem do presidente do governo regional: as histórias que o dão como dependente de droga.
Miguel Albuquerque aproveita uma entrevista no “Programa da Cristina” para desmentir as histórias e fala abertamente no sofrimento que o boato causou à família, sobretudo aos filhos, mas não se demora muito nesse registo. Dá o assunto por encerrado e tem uma ideia que, na altura de contar votos, pode ser decisiva: o núcleo de emigrantes do partido.
Está de olho nos votos nos lusovenezuelanos que chegam todos os meses fugidos do regime de Maduro e que não podem sequer ouvir falar de socialistas, partidos de esquerda ou comunistas. A oposição desvaloriza, não acredita que aquelas pessoas queiram participar ou votar numas eleições regionais, não percebe que têm cartão de cidadão e não vão deixar nas mãos dos outros a escolha. À frente do núcleo está Carlos Fernandes, hoje deputado, que não esquece a ideia, nem como o presidente demonstrou ser um líder. “De longe não parece.”
O PSD ganha as três eleições de 2019, mas cede a maioria nas regionais Só haverá governo de centro direita se houver coligação com o CDS, o que parece simples, mas não é. O CDS está dividido entre a parte que quer integrar o governo e José Manuel Rodrigues, que só viabiliza o acordo se ficar com a presidência da Assembleia Regional. “Miguel Albuquerque é um pragmático e disse-me: a única maneira de ficarmos no governo, de não irmos para a oposição é aceitar as condições e entregar o lugar ao CDS.” Tranquada Gomes fora apoiante da primeira hora e o lugar de presidente do parlamento devia ser seu, tal como fora nos quatro anos anteriores.
O líder coloca-lhe o caso nestes termos. “Não me disse que tinha de ir embora, foi objetivo. E eu percebi, no lugar dele teria feito o mesmo.” A coligação está ameaçada, pois apesar da derrota o PS continua a acreditar que pode ainda chegar ao poder com uma espécie de ‘geringonça’. Tranquada Gomes sacrifica-se, renuncia ao lugar de deputado e sai de cena. A coligação aguenta-se, o governo toma posse e Albuquerque decide que é altura de jogar na República.
Demarca-se de Rui Rio, viabiliza o Orçamento do Estado e faz saber na Madeira os interesses regionais estão à frente da disciplina partidária. E, embora mostre uma posição de força face a Lisboa e ao partido nacional, ao nível interno a aliança com CDS treme por causa das nomeações para o hospital central do Funchal. O diretor clínico indicado pelos centristas dura pouco, os médicos revoltam-se e Miguel Albuquerque é salvo pela pandemia, que o coloca no lugar onde melhor sabe estar: a gerir uma crise.
As medidas que toma — o repatriamento dos turistas e o encerramento do aeroporto — os apoios às empresas e aos trabalhadores independentes resgatam o político que, de um momento a outro, volta ser o homem ao lado dos madeirenses, a falar alto, a pedir autorização para um empréstimo de mais €400 milhões e uma moratória sobre a dívida. O mesmo que, perante o silêncio nacional, decide anunciar que, se for preciso, avança com uma candidatura à Presidência da República.
Se é a valer ou se foi para chamar atenção, o mais provável é que tenha sido para ganhar espaço e ser ouvido numa altura em que os madeirenses se sentiam mais isolados e esquecidos devido ao estado de emergência e ausência de uma palavra de conforto de Marcelo Rebelo de Sousa. Ainda assim, o líder madeirense está genuinamente preocupado com o futuro do centro-direita e teme um crescimento do Chega e de André Ventura. “O politicamente correto vai dar poder à extrema-direita”, comenta. Há anos que se diz contra esse politicamente correto, há anos que diz que é um perigo.
Se a candidatura foi para chamar a atenção, Marcelo acabou por fazer uma visita-relâmpago no início de julho. Miguel Albuquerque recebeu-o de braços abertos, foi anfitrião à boa maneira das ilhas, juntou o Presidente e os empresários à mesa para uma espetada e serviu umas ponchas de aperitivo, mas as pendências com a República nunca se resolvem assim, sem luta. Tanto que, no PSD, não se sabe já se é essa a natureza da relação, se é por falta de pontes em Lisboa ou se é devido a uma aproximação de Albuquerque a Jardim.
A última declaração sobre o pagamento da próxima prestação da dívida — sobre a qual foi pedida uma moratória e concedida pela Assembleia da República — a dizer que “a Madeira não vai pagar a menos que mandem a fragata como fizeram na revolta da Madeira” faz lembrar os tempos de Jardim, tão regionalista e desafiadora como os discursos inflamados no Chão da Lagoa, por altura da festa de verão do PSD. A mesma festa que, se este fosse verão um normal, teria lugar este fim de semana (Expresso, texto da jornalista Marta Caires, fotos de Gregório Cunha e outros)

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