sábado, julho 11, 2020

90% dos jovens portugueses até 30 anos não têm créditos bancários

90,6% dos jovens portugueses não têm crédito à habitação, 89,6% não têm crédito automóvel e 90,9% não têm créditos pessoais, segundo apurou o estudo desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA IMS), para a Direção Geral do Consumidor, divulgado esta quinta-feira. De entre as principais conclusões destaca-se o fraco envolvimento dos jovens portugueses, entre os 18 e os 30 anos de idade, com o sistema bancário nacional. A larga maioria diz ter uma (53,6%) ou duas (35,8%) contas bancárias, e 46% não tem qualquer cartão de crédito. Acresce ainda que os jovens portugueses revelam uma atitude crítica em relação ao endividamento e sobreendividamento. Cerca de três quartos dos jovens portugueses sentir-se-iam envergonhados, nervosos e deprimidos se estivessem em situação de sobreendividamento, o que teria consequências no desempenho das suas atividades e no equilíbrio das relações pessoais. Dois em cada três inquiridos (66,7%) concordam que afetaria a atividade profissional e mais de metade consideram que as relações com os amigos e familiares seriam prejudicadas. O estudo aponta ainda para o facto de os jovens discordarem, na sua maioria (51,4%), que as situações de sobreendividamento se devam a circunstâncias que estejam além do controlo de quem acaba por se encontrar nessa situação.

Independentemente das causas, 57,3% dos inquiridos discordam que a sociedade seja responsável por apoiar quem se encontra em sobreendividamento e concordam com a ideia (54,1%) de que os sobreendividados podiam melhorar a sua situação financeira se se esforçassem mais, inclusivamente conseguiriam arranjar emprego (54%) se tentassem com mais afinco. Dois em cada três (67,2%) discordam, também, da ideia de que os sobreendividados não devam ser responsabilizados pela sua “má sorte”.
Do total de inquiridos, 86,4% dizem saber exatamente quanto devem em lojas, cartões de crédito ou ao banco. Participaram neste estudo sobre envidamento 405 jovens, entre os 18 e os 30 anos, maioritariamente estudantes a tempo inteiro (45%), empregados (30%) ou estudantes com trabalho a tempo parcial (14% dos inquiridos), maioritariamente com educação superior (74,3%). Do total, 7,4% estavam desempregados. Quatro em cada cinco inquiridos (79,3%) vivem com a família e 76,3% não têm filhos. Em análise a este resultados, os autores do estudo, Diego Costa Pinto, professor universitário e Diretor do Marketing Analytics Lab da NOVA IMS, e Leonardo Vanneschi, professor universitário e Diretor do Data Science Analytics Lab da NOVA IMS, sublinham que “a aversão revelada pelos jovens aos riscos do sistema financeiro, potencialmente mais acentuado pelo atual contexto de pandemia”. “Entre os próximos passos do estudo está a criação de um modelo de inteligência artificial para prever o endividamento no contexto de Covid-19 não apenas para os jovens, mas para toda a população portuguesa”, revelaram ainda (Executive Digest, texto da jornalista Sonia Bexiga)

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