A coragem de Reem Sahwil parece ter valido a pena. A jovem refugiada palestiniana, de 14 anos, que questionou Merkel sobre a sua situação (e risco de ser deportada), durante um fórum de jovens organizado pelo Governo alemão em Rostock, irá poder permanecer no país, declararam esta sexta-feira as autoridades alemãs. "Não conheço a situação pessoal desta jovem, mas ela fala alemão fluentemente e viveu aqui durante muito tempo", disso o ministro para a Integração, Aydan Ozoguz à edição semanal do jornal "Spiegel". "Foi exatamente por essa razão que alterámos a ei, para que os jovens que estejam integrados na sociedade possam ter uma nova permissão de residência, ao abrigo da nova lei da imigração que entrou em vigor em Agosto". Também o porta-voz da câmara de Rostock afirmou não ter intenções de deportar Reem e a sua família. A jovem questionou, na passada quarta-feira, a chanceler alemã sobre a sua situação: vive há quatro anos com a família na Alemanha, após ter deixado um campo de refugiados no Líbano; mas a sua família apenas conseguiu um visto temporário, uma vez que o seu pai, um soldador, não fora autorizado a trabalhar no país. "Como não sei até quando posso ficar aqui, não sei o que o futuro me trará", explicou a jovem palestiniana durante o encontro que, para além de alemão, fala ainda árabe, inglês e sueco e revelou a sua vontade de aprender francês. A resposta de Merkel ("a política às vezes é dura" e "não podemos aceitar todos os refugiados") levou a rapariga a desfazer-se em lágrimas. Merkel tentou consolá-la, dando-lhe 'palmadinhas' de consolo e dizendo que a jovem se tinha saído bem na sua intervenção, o que gerou uma onda de críticas nas redes sociais. Foram criadas as hashtags #merkelstrokes e #empathy (na versão inglesa) para "gozar" com a chanceler, criticar a sua atitude e aquilo que muitos consideram uma falta de sensibilidade perante a situação de vida de Reem. O 'ruído' foi tanto, que parece ter surtido algum efeito. Recorde-se que a Alemanha recebeu 200 mil requerentes de asilo só no ano passado e espera pelo menos 450 mil este ano" (Expresso)
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