Segundo o Publico, num texto do jornalista Nuno
Lourenço,. “de acordo com Jorge Coelho, o já nomeado responsável pela comissão
eleitoral para as primárias no PS, chegaram a ser 20. Mas esta quinta-feira,
cerca de 24 horas depois de estarem na rua, os cartazes que aludiam às eleições
primárias já tinham sido todos retirados. Da parte da direcção do partido,
surge a garantia de se ter tratado de um erro inocente. Durante o dia de
quarta-feira começaram a ser erguidos em alguns locais de Lisboa cartazes que
faziam referência ao processo eleitoral interno no principal partido da
oposição. Nesses suportes propagandísticos podia ler-se “Eleições Primárias –
candidato a primeiro-ministro”, com a data já definida para o escrutínio, ou
seja, 28 de Setembro. Não fazendo qualquer alusão aos candidatos já conhecidos
– Seguro e António Costa. Havia ainda uma referência para a página oficial do
PS. Que, além de dar espaço a todas as estruturas do PS, reporta também – como
não podia deixar de ser - todas as iniciativas do secretário-geral, António
José Seguro, que é desafiado por António Costa na liderança do partido. As suas
iniciativas, enquanto presidente da câmara de Lisboa, surgem naquele site de
forma mais esporádica. Luís Bernardo, que coordena a política de comunicação do
Largo do Rato, explicou ao PÚBLICO que a “equipa do gabinete de comunicação
pediu à equipa criativa para preparar um cartaz sobre as primárias”. Esta terá
entendido – depois de receber indicações sobre o poster – que era para colocar
já o cartaz na rua. Mas, acrescentou Bernardo, os cartazes “não estavam
validados politicamente”, pelo que foram dadas ordens para os retirar das ruas.
O ex-ministro socialista Jorge Coelho confirmou ao PÚBLICO ter tomado
conhecimento da situação "a quem de direito ontem à noite”, classificando
o episódio como um “fait divers”. “Alguém executou aquilo sem a validação de
quem de direito”, explicou. “Hoje de manhã já não havia cartaz nenhum”,
garantiu depois de explicar a razão porque os cartazes foram retirados.
“Aquelas estruturas são do PS e só tem sentido ter cartazes no período das
primárias. Neste momento não se começou ainda sequer o recenseamento”,
justificou Jorge Coelho. O jornal Expresso noticiou o incómodo da candidatura
de António Costa em relação à iniciativa. Foi depois das eleições europeias que
o edil de Lisboa anunciou a intenção de liderar o PS. O autarca e ex-ministro
pretendia que o actual secretário-geral convocasse um congresso extraordinário
e directas. Mas Seguro optou por avançar com a realização de primárias para a
escolha de candidato a primeiro-ministro. E a realização de eleições para as federações
distritais do partido. A direcção admitiu que o líder, caso perdesse, retiraria
consequências desse resultado.
Internamente, a disputa gerou movimentações, com as distritais a
debaterem e votar as realização do congresso. Anteontem, foi a vez da estrututa
de Santarém recusar essa possibilidade”. Sobre este mesmo tema leia aqui a notícia
do Expresso.