quinta-feira, julho 03, 2014

Portugal é dos países que mais recorreram ao empréstimo para pagar a dívida pública




Escreve o DinheiroVivo que “Portugal foi o 5.º país da União Europeia que mais recorreu a empréstimos para financiar a dívida pública em 2013, com este instrumento a representar 44% do financiamento total, contra a média europeia de 16%, segundo dados do Eurostat. De acordo com o estudo do gabinete de estatísticas da UE, hoje divulgado, a emissão de títulos (como promissórias e obrigações, excluindo ações e produtos financeiros derivados) foi o instrumento financeiro usado pela maioria dos Estados-membros, com 81% da respetiva dívida pública a ser financiada dessa forma, mas em Portugal este valor ficou-se pelos 51%. Portugal surge entre os países que mais recorreram a empréstimos como forma de financiamento, representando este instrumento 44% da estrutura da dívida pública nacional, apenas superado pela Estónia (86%), Grécia (75%), Chipre (59%) e Letónia (54%). Pelo contrário, em 2013, Malta (com 92% da dívida pública total), República Checa e Reino Unido (com 90% cada um), Bélgica e Eslovénia (87% cada) e Eslováquia (86%), além de França e da Itália (84% cada), registaram os níveis mais altos de financiamento da dívida pela emissão de títulos. A utilização de numerário e outros depósitos como instrumento de financiamento apenas correspondeu a 4% do financiamento total da dívida pública na UE a 28, registando os valores mais elevados na Irlanda (10%), no Reino Unido (9%) e em Itália (8%). Em Portugal, este instrumento representou 5% da dívida pública.
Resultado de um inquérito sobre a estrutura da dívida pública, o relatório do Eurostat fornece informações sobre a dívida pública discriminada por subsetores, instrumentos financeiros, portadores de títulos de dívida, prazos de vencimento, moedas de emissão e garantias acordadas pela administração pública, entre outros aspetos. Relativamente aos setores detentores da dívida pública, o trabalho evidencia "marcadas diferenças" entre os Estados membros. Em 2013, os níveis mais altos de dívida pública detida pelos não residentes registaram-se na Finlândia (82% da dívida pública total), na Letónia (80%), em Áustria (72%), na Lituânia (70%), na Eslovénia (69%) e em Portugal (66%). Já as proporções mais elevadas de dívida pública detida pelo setor financeiro residente observaram-se no Luxemburgo (98%), na Roménia (71%) e na Croácia (63%). Em geral, 10% ou menos da dívida era detida pelo setor não financeiro residente, com exceção da Polónia (34%), Malta (33%) e Itália (13%)”.