Escreve o DinheiroVivo que “Portugal foi o 5.º país da União Europeia que mais recorreu a
empréstimos para financiar a dívida pública em 2013, com este instrumento a
representar 44% do financiamento total, contra a média europeia de 16%, segundo
dados do Eurostat. De acordo com o estudo do gabinete de estatísticas da UE,
hoje divulgado, a emissão de títulos (como promissórias e obrigações, excluindo
ações e produtos financeiros derivados) foi o instrumento financeiro usado pela
maioria dos Estados-membros, com 81% da respetiva dívida pública a ser
financiada dessa forma, mas em Portugal este valor ficou-se pelos 51%. Portugal
surge entre os países que mais recorreram a empréstimos como forma de
financiamento, representando este instrumento 44% da estrutura da dívida
pública nacional, apenas superado pela Estónia (86%), Grécia (75%), Chipre
(59%) e Letónia (54%). Pelo contrário, em 2013, Malta (com 92% da dívida
pública total), República Checa e Reino Unido (com 90% cada um), Bélgica e
Eslovénia (87% cada) e Eslováquia (86%), além de França e da Itália (84% cada),
registaram os níveis mais altos de financiamento da dívida pela emissão de
títulos. A utilização de numerário e outros depósitos como instrumento de
financiamento apenas correspondeu a 4% do financiamento total da dívida pública
na UE a 28, registando os valores mais elevados na Irlanda (10%), no Reino
Unido (9%) e em Itália (8%). Em Portugal, este instrumento representou 5% da
dívida pública.
Resultado de um
inquérito sobre a estrutura da dívida pública, o relatório do Eurostat fornece
informações sobre a dívida pública discriminada por subsetores, instrumentos
financeiros, portadores de títulos de dívida, prazos de vencimento, moedas de
emissão e garantias acordadas pela administração pública, entre outros aspetos.
Relativamente aos setores detentores da dívida pública, o trabalho evidencia
"marcadas diferenças" entre os Estados membros. Em 2013, os níveis
mais altos de dívida pública detida pelos não residentes registaram-se na
Finlândia (82% da dívida pública total), na Letónia (80%), em Áustria (72%), na
Lituânia (70%), na Eslovénia (69%) e em Portugal (66%). Já as proporções mais
elevadas de dívida pública detida pelo setor financeiro residente observaram-se
no Luxemburgo (98%), na Roménia (71%) e na Croácia (63%). Em geral, 10% ou
menos da dívida era detida pelo setor não financeiro residente, com exceção da
Polónia (34%), Malta (33%) e Itália (13%)”.