Confesso que gostava que Rui Alves ganhasse as eleições para a liderança da Liga na 4ª feira. Não só por ser um dirigente oriundo da Madeira mas para que se acabe com aquela máfia que continua a conspurcar os bastidores do futebol nacional, com negociatas, traições, facadas maiores ou menos nas costas uns dos outros, acordos esquecidos um depois depois de selados, etc. Esta ideia de que o futebol é uma coutada de Benfica, Porto e Sporting tem que acabar. Mas não acaba se forem eles a colocarem no lugar pessoas da sua confiança. Fernando Seara, derrotado na política, é um comentador desportivo que revela o oportunismo que existe neste setor e será um servente de Benfica e Porto, seus apoiantes. Face ao cenário em equação, Rui Aves parece-me ser o candidato que potencialmente poderá liderar uma mudança. Um candidato da Madeira que não é apoiado pelo Marítimo (mas que é apoiado pelo meu União apesar das desavenças existentes entre os dois clubes, divergências que valem o que valem, pois também no futebol não se pode confundir a árvore com a floresta), o que também por si só mostra o estado em que se encontra o futebol madeirense, independentemente das divergências e das diferenças existentes, e que são naturais, entre clubes e dirigentes. Quando se confunde tudo, começa-se a perder a credibilidade e a legitimidade para falar em mudança. A mudança começa em casa, dentro de casa um de nós. Toda a sorte do mundo para Rui Alves e que seja eleito para a liderança de um organismo do futebol que deve quase 10 milhões de euros, mas que pior do que isso, perdeu credibilidade e autoridade ao longo dos anos, limitando-se hoje a organizar jogos. Algo que Rui Alves pretende mudar, sem esquecer os direitos televisivos que certamente serão, mesmo depois destas eleições, o foco de muita polémica e especulação.