Garante o Jornal I que “Portugal neste momento tem uma almofada
financeira de 15 mil milhões de euros. O valor foi divulgado hoje pelo
presidente do IGCP (Agência para a Gestão da Tesouraria e Dívida Pública) no
Parlamento. João Moreira Rato revela que 60% deste saldo está no Banco de
Portugal, enquanto que o restante está aplicado no sistema bancário português. Confrontado
com a remuneração zero paga pelo euro sistema, o responsável que seria muito
complicado manter um nível tão elevado de depósitos nos bancos nacionais devido
ao risco de liquidez. Este excedente de tesouraria, que exclui os 6400 milhões
de euros do fundo de recapitalização da banca, faz parte da estratégia de
gestão do regresso de Portugal ao financiamento pleno nos mercados. Moreira
Rato assinala que a Irlanda quando saiu do programa sem recorrer ao cautelar
tinha um saldo líquido de 18,5 mil milhões de euros. Questionado pelo deputado
socialista, João Galamba, sobre o custo desta almofada, Moreira Rato, adianta
que a estimativa actual é de 2,1%, com base na composição do financiamento, o
que corresponderia a cerca de 315 milhões de euros, no entanto, realça que
parte deste excedente será utilizada para reembolsar as emissões que vencem em
Junho e Outubro deste ano. Moreira Rato admite que seria desejável chegar ao
final deste ano com uma almofada de 10 mil milhões de euros”.