Li no Publico que
“em 2012, os jornais perderam cerca de 12,4 euros em publicidade por cada 0,78
euros ganhos nos anúncios digitais. A ideia de que os jornais vão acabar por
causa da Internet tem ganhado força nos últimos anos. Até agora, os jornais não
desapareceram, mas estão a atravessar grandes dificuldades. De acordo com um
estudo norte-americano, do Pew Research Center, o investimento em publicidade
nas edições impressas está a cair rapidamente, enquanto a publicidade digital
cresce muito lentamente. Nos últimos dez anos, o investimento na publicidade
impressa caiu dos 45 mil milhões de dólares (cerca de 35 mil milhões de euros)
para 19 mil milhões de dólares (pouco menos de 15 mil milhões de euros). Estes
números poderiam ser menos assustadores se o crescimento na publicidade online
o contrariasse. Mas não foi isso que aconteceu. A subida foi mínima, de 1200
milhões para 3300 milhões de dólares (de 931 milhões de euros para 2560 milhões
de euros). Em linguagem simples, em dez anos a subida da publicidade online foi
menor do que as perdas na publicidade impressa num ano. A publicidade digital
cresceu apenas 1630 milhões de euros entre 2003 e 2012, ao passo que a
publicidade impressa diminuiu 1646 milhões de euros por ano. Muitos dos jornais
que estão na Internet já apostaram na cobrança de alguns conteúdos para
enfrentar a descida das receitas conseguidas com as edições impressas. O caso
mais recente é o The Washington Post, que anunciou a decisão de cobrar uma
assinatura aos leitores que consultem mais do que 20 notícias ou conteúdos
multimédia por mês.
Portugal não foge
à tendência mundial
Em Portugal, o
panorama não é muito diferente do que se vive nos Estados Unidos. Nos últimos
dez anos, a imprensa portuguesa viu as receitas publicitárias caírem para menos
de metade, dos 223,7 milhões de euros em 2001 para 94,4 milhões de euros em
2012, segundo dados fornecidos pela OmnicomMediaGroup à Lusa. Estes números
dificultam a sobrevivência dos jornais no mercado, pelo que a tendência tem
sido o despedimento de trabalhadores nas empresas de media. Só entre 2006 e
2010, o número de colaboradores nas empresas de comunicação social mais
relevantes caiu cerca de 6,4%, o que representa uma diminuição na ordem dos 500
trabalhadores. Em 2012, várias empresas de media recorreram a despedimentos e
rescisões, incluindo o PÚBLICO”.