Noticia a Agência Financeira que "o aeroporto de Beja poderá reverter para o Estado e ser gerido por uma entidade pública se a ANA privatizada prescindir de o explorar, admitiu esta terça-feira o coordenador do grupo de trabalho que definiu uma estratégia para a infraestrutura.O caderno de encargos de privatização da ANA - Aeroportos de Portugal «vai incluir, em princípio, uma cláusula que prevê a reversão para o Estado» de qualquer um dos aeroportos geridos pela empresa e que o futuro dono eventualmente não queira explorar, disse hoje à agência Lusa João Paulo Ramôa.«Se a ANA privatizada tiver uma perspetiva em relação ao aeroporto de Beja que seja contraditória com a da região e não estiver interessada na exploração da valência, o Estado pode chamar outra vez a concessão da infraestrutura para a sua órbita». Nesse caso, e porque «a região não pode prescindir» do aeroporto de Beja, uma das várias hipóteses para a gestão da infraestrutura pode passar pela criação de uma entidade pública, que, por exemplo, poderá ser detida pelo Estado e ter a participação de entidades da região, defendeu. Segundo João Paulo Ramôa, o aeroporto de Beja deverá ser «salvaguardado» no caderno de encargos de privatização da ANA por «ser, fundamentalmente, um equipamento de desenvolvimento regional».O eventual desinteresse da ANA privatizada no aeroporto de Beja é «apenas uma hipótese», mas «é bom que seja equacionada», porque trata-se de «um projeto que precisa muito de acarinhamento político e de um apoio ao crescimento muito grande», ao contrário dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, que «já estão há muitos anos no mercado».No entanto, João Paulo Ramôa mostrou-se «convicto» de que os futuros acionistas da ANA vão «abraçar convictamente o aeroporto de Beja», porque «é o único no país que tem uma valência industrial», o que permitirá desenvolver "«ma área de negócio diferente e suplementar».«Não acredito que os futuros acionistas da ANA não vejam o aeroporto de Beja, na sua perspetiva industrial, como uma mais-valia de negócio».Segundo a estratégia definida pelo grupo de trabalho, o desenvolvimento do aeroporto de Beja deve passar, a curto/médio prazo, pelo conceito de «aeroporto indústria», através da aposta na zona industrial adjacente.Além do coordenador, João Paulo Ramôa, o grupo de trabalho, criado pelo Governo, incluiu mais seis elementos em representação da Força Aérea Portuguesa, ANA, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Entidade Regional de Turismo do Alentejo e as associações de municípios e empresarial do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral. O aeroporto de Beja, que resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11 e custou 33 milhões de euros, começou a operar a 13 de abril de 2011 e, na maioria dos dias, tem estado aberto, mas praticamente vazio, sem voos e passageiros". Elefantes brancos para o Estado. Carne de lombo pra mamar...
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