terça-feira, setembro 25, 2012

Dirigente da Fed duvida da eficácia da austeridade na Europa

Segundo o Publico, "um dos dirigentes da Reserva Federal dos Estados Unidos (o seu banco central, conhecido por “Fed”), John Williams, considerou esta segunda-feira que os planos de austeridade exigidos a certos Estados da zona euro se arriscam a “travar” o crescimento económico e a complicar ainda mais a redução dos défices públicos. “As autoridades europeias tomaram medidas importantes para conter a crise”, disse o presidente da Reserva Federal de São Francisco num discurso nesta cidade da Califórnia, saudando especificamente o novo programa de compra de obrigações anunciado no início de Setembro pelo Banco Central Europeu (BCE).“Esse plano pode dar tempo aos governos europeus para porem em prática soluções mais globais para o sistema bancário e a sua dívida”, explicou. “Mas estamos longe de ter assegurado que os governos conseguirão fazê-lo, acrescentou, inquieto com o impacto da “onda de choque” da crise nos EUA. Para beneficiarem da ajuda do BCE, os Estados da zona euro deverão pedir previamente apoio ao fundo europeu de estabilidade. Mas, alerta John Williams, em troca ser-lhes-á exigida “a aplicação de planos de austeridade”, incluindo aumentos de impostos e cortes na despesa pública. Este dirigente da Fed considera que estas medidas são necessárias a longo prazo para colocar o orçamento desses governos numa “rota de viabilidade”, num momento em que vários estariam, segundo ele, “ameaçados” de terem de incumprir o reembolso da sua dívida. Mas diz também que os efeitos imediatos serão nefastos para a economia desses países.“A curto prazo, a austeridade travou ainda mais o crescimento, prolongou o recuo da actividade económica e complicou ainda mais a redução dos défices”, observou Williams.