quinta-feira, setembro 13, 2012

PSD: personalidades vão exigir a Passos Coelho remodelação "urgente" e mudanças no parlamento

Sectores políticos do PSD, preocupados com o desgaste que o partido está a sofrer com as medidas de austeridade anunciadas pelo governo e pela forma desastrosa como tem sido gerida a comunicação política, estão a organizar-se para reclamarem internamente de Passos Coelho uma remodelação governamental que impeça um "desastre" eleitoral do PSD nas autárquicas de 2013 e nas europeias de 2014, cenário que a confirmar-se poderá levar à demissão do governo de coligação por falta de legitimidade e de base de apoio social e política. Essas personalidades do PSD mostram-se conscientes da dificuldade em encontrar pessoas disponíveis para fazer parte do governo, mas sustentam que a filosofia subjacente à indicação de alguns ministros "cinzentos", tecnocratas e sem experiência política e governativa, mas sobretudo os critérios de escolha dos secretários de estado devem ser alterados. Neste quadro, também o grupo parlamentar do PSD na Assembleia da República não é poupado a críticas, por alegadamente se comportar como uma mera correia de transmissão, sem espaço de afirmação, sem discurso político próprio, funcionando como uma caixa de ressonância ao serviço do governo, de Passos Coelho e "controlado" internamente por um esquema que foi montado para o efeito. Os deputados não têm liberdade de intervenção nem nos debates que se realizam nas comissões, os discursos no plenário são impedidos à esmagadora maioria dos deputados, as intervenções passam por um "filtro" imposto pela hierarquia e há deputados que são deliberadamente afastados de qualquer protagonismo. A própria qualidade das intervenções do grupo parlamentar do PSD - concretamente da sua liderança considerada demasiado fraca e demasiado exposta depois da polémica sobre a Maçonaria - são questionadas havendo quem reclame uma mudança a este nível. As próximas reuniões, sobretudo o próximo Conselho Nacional, poderá ser fundamentais para que estas questões sejam equacionadas e uma indisfarçável irritação que se tem apoderado das estruturas de base do PSD se agrave com a proximidade de 2013 e com o impacto negativo imediato resultante destas medidas de austeridade contestadas por todos os sectores da sociedade. Finalmente a confirmação, segundo as minhas fontes, que Passos Coelho e outros dirigentes do PSD temem que a Igreja Católica agrave o seu discurso de contestação a esta austeridade imposta pelo Ministério das Finanças e pelo primeiro-ministro.

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