"Tenho acompanhado com interesse militante, os últimos acontecimentos no seio do PSD da Madeira, por ter a perfeita consciência de que estamos, como tudo na vida, a caminhar para o fim de um ciclo político que dará, a seu tempo lugar, a outro diferente, sem que isso signifique para o partido de que faço parte, a apologia de apostas perdidas e pouco mobilizadoras, todo e qualquer tipo de aventureirismo sem convicção e muito menos uma sucessão de desastrosos tiros-no-pé. As pessoas já perceberam que o meu envolvimento partidário ativo caminha, por opção pessoal e pela lógica da renovação, para o seu fim, pelo que não quero situar-me mais para um lado, menos para outro.
Não é isso que está em causa neste momento. Quando for chamado a votar, como qualquer outro militante, ou quando me pedirem a opinião, votarei ou opinarei no local próprio, internamente. Todos estes anos demonstraram-me que na política o que hoje é, amanhã pode deixar de ser. Tenho também a perceção de que para um partido político, tal como para qualquer outra instituição, pública ou privada, o pior que pode acontecer é que nestes momentos de mudança, as coisas sucedam associadas a um clima de desconfiança e de muita conflitualidade interna.
É sabido que o presidente da Câmara do Funchal já se assumiu como candidato à liderança do PSD-Madeira. Tal como o fez o Secretário Regional, Manuel António Correia. Estão no seu direito. Não podemos andar a repetir que todos os militantes de um partido são potenciais candidatos a líder – para enfatizar um pretenso estatuto de igualdade militante, certa em teoria mas que na prática sabemos todos como as coisas funcionam - e depois alimentar uma enorme turbulência pelo facto de um deles anunciar que quer ser candidato. Não tem lógica e acaba por conduzir-nos a todos para uma discussão viciada e por caminhos descontextualizados. Se Miguel Albuquerque acha que tem condições para ser candidato à liderança do PSD da Madeira, se entende que reúne apoios necessários a uma candidatura, se acha que tem um projeto exequível e ganhador, a seu tempo trataremos disso. Tem, de certeza absoluta, tal como Manuel António Correia e qualquer outro que queira avançar, a legitimidade para o fazer.
Mas isso não nos impede de questionarmos e discutirmos internamente, com tranquilidade e elevada dose de pragmatismo (factores essenciais nestes momentos), se o “timing” escolhido é ou não o mais adequado, se as pessoas perderão alguma coisa se não se precipitarem e se advirá algum mal (para quem, e qual) com o adiamento desse confronto interno, que pode transformar 2013 – já de si um ano-pesadelo, quer para o PSD regional, quer para a governação regional social-democrata, a que se juntam eleições autárquicas de desfecho imprevisível - também num ano partidariamente instável e conflituoso. Se por qualquer motivo tiverem que ser tomadas decisões internas vinculativas - que nem seriam inovadoras, pois não me recordo de nenhuma contestação à aprovação de alterações de prazos estatutários aprovada ao longo dos anos - elas serão certamente tomadas nos locais próprios e no momento adequado, antecedidas de um debate interno que não poderá furtar-se à divergência de opiniões em torno dos alicerces de todo este processo e dos objetivos políticos essenciais do PSD regional.
Acho estranho - basta que as pessoas acompanhem as redes sociais ou os comentários nas edições online de jornais - que muitas dessas manifestações de apoio (?) e de regozijo claramente com origem fora do espectro ideológico do PSD regional, apontem para o que dizem ser o fim do ciclo eleitoral do PSD na Madeira ou, indo mais além, para o que esses cometários designam de "regime jardinista". Não há, por assim dizer, um apoio inequívoco assente numa posição política clara ou numa convicção. Há apenas a proliferação de comentários, recomendações e críticas, claramente díspares e situadas fora do espaço político do PSD da Madeira, mas que não ajudam os protagonistas. Sobretudo pela (estranha e) deliberada aposta no reforço da noção de que uma determinada candidatura acelerará a derrota do PSD da Madeira e do “jardinismo”. Julgo que é esta ideia que precisa ser desmontada e desmistificada pelos interessados, antes de qualquer decisão. É mais do que óbvio, repito, que esse cenário não ajuda rigorosamente qualquer candidato. Não duvido que determinadas "estratégias" potencialmente suicidas fiquem associadas a um desfecho, política e eleitoralmente deprimente. Cabe ao partido interessado decidir como e quando entender, internamente, imune a pressões ou manipulações, mas como muita inteligência e pragmatismo que fazem com que qualquer decisão seja alicerçada também em fatores exógenos. A que se junta a legitimidade da sua “praxis”. Acresce, por falar em eleições autárquicas, que no caso concreto do Funchal, há a considerar o cenário de uma já sugerida coligação da oposição, lembrando que nas regionais de 2011 o PSD da Madeira não foi além dos 42,9% na capital, em contraste com os 52,2% que em 2009 elegeram os actuais 6 mandatos social-democratas na edilidade da capital, onde penso que se situam mais de 50% (estimativa pessoal) dos militantes social-democratas.
Já que não estamos a falar nem de masoquismo nem de autoflagelação política, qual é o partido que perante uma corrente organizada de incentivo a determinada estratégia que eventualmente o penalizará, está disposto a aceitar, infantilmente, que o tramem? Qual é o partido hipocritamente disposto a tolerar uma estratégia interna estimulada pela perspetiva de que, através dela, pode ser derrotado? Só se for um partido político idiota. Mas uma coisa são as dúvidas que precisam ser esclarecidas, em toda a sua dimensão e contornos, outra coisa é fomentar qualquer tipo de caça às bruxas menos própria num partido democrático. Ao PSD da Madeira cabe preservar a sua imunidade perante as pressões externas, que vão acentuar-se com o tempo, promovendo ao mesmo tempo uma reflexão interna capaz de questionar e discutir com elevação tudo o que for necessário, para melhor responder de forma adequada a todos os desafios. Reagindo com elevação, com dignidade e com mobilização, na certeza de que atravessamos a conjuntura mais difícil de todas as já vividas pela nossa Região. Na certeza porém de que o PSD da Madeira sem Alberto João Jardim, nada terá a ver com o PSD que nestes mais de 30 anos de democracia e de autonomia por ele foi liderado. Na política não existem clones. Nada de ilusões quanto a isso" (in JM)
Não é isso que está em causa neste momento. Quando for chamado a votar, como qualquer outro militante, ou quando me pedirem a opinião, votarei ou opinarei no local próprio, internamente. Todos estes anos demonstraram-me que na política o que hoje é, amanhã pode deixar de ser. Tenho também a perceção de que para um partido político, tal como para qualquer outra instituição, pública ou privada, o pior que pode acontecer é que nestes momentos de mudança, as coisas sucedam associadas a um clima de desconfiança e de muita conflitualidade interna.
É sabido que o presidente da Câmara do Funchal já se assumiu como candidato à liderança do PSD-Madeira. Tal como o fez o Secretário Regional, Manuel António Correia. Estão no seu direito. Não podemos andar a repetir que todos os militantes de um partido são potenciais candidatos a líder – para enfatizar um pretenso estatuto de igualdade militante, certa em teoria mas que na prática sabemos todos como as coisas funcionam - e depois alimentar uma enorme turbulência pelo facto de um deles anunciar que quer ser candidato. Não tem lógica e acaba por conduzir-nos a todos para uma discussão viciada e por caminhos descontextualizados. Se Miguel Albuquerque acha que tem condições para ser candidato à liderança do PSD da Madeira, se entende que reúne apoios necessários a uma candidatura, se acha que tem um projeto exequível e ganhador, a seu tempo trataremos disso. Tem, de certeza absoluta, tal como Manuel António Correia e qualquer outro que queira avançar, a legitimidade para o fazer.
Mas isso não nos impede de questionarmos e discutirmos internamente, com tranquilidade e elevada dose de pragmatismo (factores essenciais nestes momentos), se o “timing” escolhido é ou não o mais adequado, se as pessoas perderão alguma coisa se não se precipitarem e se advirá algum mal (para quem, e qual) com o adiamento desse confronto interno, que pode transformar 2013 – já de si um ano-pesadelo, quer para o PSD regional, quer para a governação regional social-democrata, a que se juntam eleições autárquicas de desfecho imprevisível - também num ano partidariamente instável e conflituoso. Se por qualquer motivo tiverem que ser tomadas decisões internas vinculativas - que nem seriam inovadoras, pois não me recordo de nenhuma contestação à aprovação de alterações de prazos estatutários aprovada ao longo dos anos - elas serão certamente tomadas nos locais próprios e no momento adequado, antecedidas de um debate interno que não poderá furtar-se à divergência de opiniões em torno dos alicerces de todo este processo e dos objetivos políticos essenciais do PSD regional.
Acho estranho - basta que as pessoas acompanhem as redes sociais ou os comentários nas edições online de jornais - que muitas dessas manifestações de apoio (?) e de regozijo claramente com origem fora do espectro ideológico do PSD regional, apontem para o que dizem ser o fim do ciclo eleitoral do PSD na Madeira ou, indo mais além, para o que esses cometários designam de "regime jardinista". Não há, por assim dizer, um apoio inequívoco assente numa posição política clara ou numa convicção. Há apenas a proliferação de comentários, recomendações e críticas, claramente díspares e situadas fora do espaço político do PSD da Madeira, mas que não ajudam os protagonistas. Sobretudo pela (estranha e) deliberada aposta no reforço da noção de que uma determinada candidatura acelerará a derrota do PSD da Madeira e do “jardinismo”. Julgo que é esta ideia que precisa ser desmontada e desmistificada pelos interessados, antes de qualquer decisão. É mais do que óbvio, repito, que esse cenário não ajuda rigorosamente qualquer candidato. Não duvido que determinadas "estratégias" potencialmente suicidas fiquem associadas a um desfecho, política e eleitoralmente deprimente. Cabe ao partido interessado decidir como e quando entender, internamente, imune a pressões ou manipulações, mas como muita inteligência e pragmatismo que fazem com que qualquer decisão seja alicerçada também em fatores exógenos. A que se junta a legitimidade da sua “praxis”. Acresce, por falar em eleições autárquicas, que no caso concreto do Funchal, há a considerar o cenário de uma já sugerida coligação da oposição, lembrando que nas regionais de 2011 o PSD da Madeira não foi além dos 42,9% na capital, em contraste com os 52,2% que em 2009 elegeram os actuais 6 mandatos social-democratas na edilidade da capital, onde penso que se situam mais de 50% (estimativa pessoal) dos militantes social-democratas.
Já que não estamos a falar nem de masoquismo nem de autoflagelação política, qual é o partido que perante uma corrente organizada de incentivo a determinada estratégia que eventualmente o penalizará, está disposto a aceitar, infantilmente, que o tramem? Qual é o partido hipocritamente disposto a tolerar uma estratégia interna estimulada pela perspetiva de que, através dela, pode ser derrotado? Só se for um partido político idiota. Mas uma coisa são as dúvidas que precisam ser esclarecidas, em toda a sua dimensão e contornos, outra coisa é fomentar qualquer tipo de caça às bruxas menos própria num partido democrático. Ao PSD da Madeira cabe preservar a sua imunidade perante as pressões externas, que vão acentuar-se com o tempo, promovendo ao mesmo tempo uma reflexão interna capaz de questionar e discutir com elevação tudo o que for necessário, para melhor responder de forma adequada a todos os desafios. Reagindo com elevação, com dignidade e com mobilização, na certeza de que atravessamos a conjuntura mais difícil de todas as já vividas pela nossa Região. Na certeza porém de que o PSD da Madeira sem Alberto João Jardim, nada terá a ver com o PSD que nestes mais de 30 anos de democracia e de autonomia por ele foi liderado. Na política não existem clones. Nada de ilusões quanto a isso" (in JM)
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