quinta-feira, março 31, 2011

Os «ratings» explicados a todos

Escreve a jornalista da Agência Financeira/TVI, Paula Gonçalves Martins que "está farto de ouvir falar em agências e cortes de rating sem saber muito bem o que isso é e como funciona? Nós explicamos-lhe tudo, por A+B. No final, vai ver que até parece simples. Antes de mais, os ratings são notas ou classificações, que medem o nível de risco. Assim, quando uma agência baixa a nota de Portugal, quer dizer que o país apresenta maior risco de não pagar as suas dívidas. xistem três grandes agências mundiais que atribuem estas notas: a Fitch, a Moody's e a Standard & Poor's (S&P). A primeira costuma ser considerada a menos credível das três, e a última é aquela que os investidores mais seguem. Como interpretar a tabela das notas A explicação torna-se mais fácil olhando para a tabela de classificações tem 3 grandes áreas: A, B e C, do melhor para o pior. Na zona A, cabem as classificações de «prime» (excelente, AAA), notas «altas» e «médias altas». Os países com estas notas são os mais seguros. zona B já se divide entre notas positivas e negativas. As notas que ainda incluem três B (BBB) são notas «médias baixas» e são ainda consideradas positivas. Mas daqui para baixo, está-se no vermelho, é nota negativa e as dívidas destes países são consideradas «lixo». Isto significa que a dívida do país é considerada especulativa, e pouco recomendável, por existir o risco de o país não pagar aos credores. os primeiros níveis do vermelho, pode-se considerar que estamos perante lixo mas com alguma qualidade. Depois, à medida que se vai descendo na tabela, a qualidade do lixo vai baixando, em que o risco aumenta exponencialmente, até que se atinge aquilo a que se pode chamar de lixo tóxico: um investimento que não interessa a ninguém. Esta categoria é atingida já na zona C, quando um país está na bancarrota e com pouca ou nenhuma perspectiva de recuperar. uanto mais abaixo se está, maior o risco e maiores os juros exigidos pelos investidores. Onde está Portugal? As três grandes agências têm diferentes tabelas de classificação, mas, independentemente do que chamam às notas, o significado é o mesmo. A S&P, que baixou a nossa nota três níveis na última semana, é a que nos atribui a classificação mais baixa: BBB-. stamos no último degrau em que ainda se pode considerar nota positiva. Se descermos mais um nível (e a S&P não afasta um novo corte), caímos na categoria de não investimento, somos considerados um investimento especulativo e passamos a estar na área do lixo. Moody's e a classifica-nos com um A3 e a Fitch com um A- (duas notas que são, na verdade, equivalentes), três degraus acima da S&P. Mas a Fitch diz que também pode obrigar-nos a descer mais degraus. Estas agências são de confiança? Esta questão é polémica. As agências de rating sempre foram encaradas com credibilidade e respeito pelos investidores, mas nos últimos tempos algumas dúvidas foram levantadas e estas têm sido alvo de críticas. s agências têm contratos com os Estados cuja dívida avaliam. Ou seja, Portugal tem contrato com estas agências, paga-lhes para que avaliem a nossa dívida, para que lhe dêem uma nota, porque só assim os investidores se sentem seguros para investir na nossa dívida, ou seja, para emprestar dinheiro ao país. s agências não são directamente controladas por ninguém, mas a exactidão das suas avaliações é medida pelos resultados que dão: se as agências avaliam de forma errada e dão más indicações de investimento, levando os investidores a perder dinheiro, começam a ser vistas com maior desconfiança. inda que continuem a ser reputadas, a credibilidade das agências sofreu um duro golpe com a crise financeira, já que alguns bancos e países a quem atribuíam boa nota se revelaram mais frágeis e acabaram mesmo por perecer com a crise. Ou seja, viu-se que elas também falham e que alguma coisa estava mal nas suas avaliações". Veja aqui o video com esta notícia da TVI.

Sem comentários: