quarta-feira, março 02, 2011

Alberto João Jardim: "As responsabilidades pela crise não são só dessa gente socialista, mas de toda a pseudo-“esquerda” em geral"

"No final de Janeiro, a Juventude Social Democrata da Madeira fez o seu Congresso Regional. Acontecimento importante, não apenas por se tratar da maior organização político-partidária de Juventude no nosso arquipélago, a única em termos de actuação com impacto. Importante evento, na medida em que o limite de idade para pertencer a esta organização autónoma no seio do Partido Social Democrata, trinta anos, provocou agora mais uma mudança no seu pessoal dirigente.
Importância, sobretudo, pelo facto de para aí à volta de oitenta por cento dos sociais-democratas que exercem cargos de responsabilidade pública nos mais diversos níveis da Região Autónoma são oriundos da Juventude Social Democrata, onde fizeram a respectiva formação. Há que louvar e agradecer aos dirigentes da JSD cessantes, o excelente trabalho que desenvolveram ao longo do mandato que assumiram, desde a formação dos jovens Companheiros, às participações permanentes e entusiásticas em todas as iniciativas próprias ou do Partido Social Democrata. Contamos com a continuidade dessa militância, agora que se integram no espaço sénior do PSD/Madeira. Todos somos poucos, para fazer triunfar as Causas que são razão da nossa existência e acção.
Testemunho pessoalmente a qualidade dos novos dirigentes da Juventude Social Democrata da Madeira. Acompanho-os desde que militantes e ponho muita Esperança nas qualidades humanas e de trabalho que sempre os vi dar provas. Da minha parte, enquanto presidente da Comissão Política Regional da Madeira do PSD, com eles manterei o meu relacionamento de sempre com a JSD:
- respeito pela Autonomia da JSD no seio do Partido Social Democrata;
- garantir exigentemente a unidade do Partido, no seu todo.
Pelo que a Unidade, obviamente começa no próprio interior da Juventude Social Democrata. No último Congresso da Jota, tendo por acaso concorrido duas listas aos órgãos dirigentes, foi exemplar e motivo de alegria ver todos os jovens assumir o compromisso de que as listas diferentes terminaram com o acto eleitoral, de então para diante haver UMA só JSD. Esta Unidade não se trata de uma mera preocupação estratégico-formal. É uma necessidade dos autonomistas sociais-democratas, menos ou mais jovens, face à situação a que os socialistas trouxeram o País. Aliás, as responsabilidades não são só dessa gente socialista, mas de toda a pseudo-“esquerda” em geral. Pois se estamos assim, tudo isso se deve aos mitos, às idiotices, à ignorância e à incultura com que toda essa dita “esquerda”, comunistas e socialistas, andaram a dizimar a Civilização e a Cultura portuguesa, apoiados na mediocridade do sistema de ensino e na propaganda da falsa “informação” de quase toda a comunicação “social” que aturamos e que alguns ainda gostam de pagá-la ou sustentá-la. Agravaram-se as dificuldades das pessoas, das famílias e das empresas portuguesas, ainda por cima sobrecarregadas por mais impostos para permitir a sobrevivência do Estado-polvo socialista. Tal implicou o crescimento do número de problemas sociais graves, dada a resultante redução de rendimentos disponíveis e estar impossibilitada qualquer poupança. O que implica disponibilidades orçamentais muitíssimo maiores para acudir ao desemprego e à pobreza, simultaneamente à política desastrosa do Orçamento de Estado e à falta de meios do Orçamento Regional pelas razões de todos conhecidas.
A par da ausência de resultados nas políticas da União Europeia, que parece querer fazer terapêutica com os mesmos vírus que provocaram o presente descalabro. A par de opções inaceitáveis por parte da Banca, à qual os Estados soberanos parecem se revelar impotentes para regulá-la. Logo, crise nacional, política e propositadamente auto-agravada com a guerra partidária à Zona Franca da Madeira. Crise internacional generalizada, a afectar o Turismo do arquipélago. É tudo isto que os autonomistas sociais-democratas, menos e mais jovens, têm pela frente para enfrentar.
Não podemos hesitar, à espera que outros resolvam os problemas por nós. Até porque esses outros, ou são situacionistas ignorantes, ou são colonialistas.
Três são os nossos objectivos de acção:
- Manter o Estado Social na Madeira.
Domínios principais: Saúde, Educação, Habitação e Solidariedade e Segurança Sociais, nos termos em que proponho na Moção ao XIII Congresso Regional de Abril próximo.
- Emprego. Com base em:
a) Formação que permita deslocalização.
b) Aposta na melhoria do Sistema Educativo, até atingirmos um Sistema próprio da Região Autónoma, em termos de reforçar o Conhecimento, base da Inovação e do Empreendedorismo.
c) Esforço para manter o Tecido Empresarial em funcionamento.
d) Concluir as infraestruturas que falta realizar.
- O Salto Seguinte. A Autonomia Política está num Impasse. Sem o alargamento do seu âmbito de competências legislativas, só com o presente estatuto colonial, a Região Autónoma não poderá continuar a se desenvolver e, muito menos, fugir à crise presente. O Salto Seguinte é uma luta autonómica constante anti-centralista e anti-colonialista. É preciso não ter medos. Mas a luta por estes objectivos, a par, implica outras atitudes político-partidárias. É preciso esclarecer a população que não é justo confundir a governação madeirense com a governação socialista de Lisboa.
Não é justo confundir, porque, a tempo, nós avisámos que tudo iria terminar no presente estado de coisas.
Não é justo confundir, depois de como os socialistas lesaram o Povo Madeirense.
Não é justo confundir, quando, a tempo, enquanto e com o que nos era possível, contra a vontade expressa pela Oposição local e pelos poderes de Lisboa, fizemos o que então se podia fazer.
Não é justo confundir, quando agora votámos contra o Orçamento de Estado em vigor e a sua política, quando estamos dispostos a apoiar moções de censura sérias (não a do “bloco”) que façam cair o Governo socialista.
Mas há que ter presente, e também assim elucidar o Povo Madeirense, de que a alternativa não é o regresso ao fascismo. Não é o regresso aos poderes feudais dos senhorios da “Madeira Velha”.
É bom recordar ou ensinar aos mais novos o que foi a miséria económica, social e cultural, imposta pelos senhorios da “Madeira Velha”. Como nunca será alternativa, mas antes uma faca nas costas do Povo Madeirense, deixar que a maçonaria se apropie do poder regional e do próprio PSD. Tudo isto é um manancial duro de lutas difíceis em que temos de passar por cima das mediocridades, invejas, bilhardices e mentiras, as quais, ao longo da História da Madeira, acabaram sempre por estragar e destruir qualquer Ciclo de trabalho e de progresso do Povo Madeirense
(texto de Alberto João Jardim intitulado, “COM A JUVENTUDE SOCIAL DEMOCRATA, publicado na edição de Março do Madeira Livre)

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