Ainda segundo o jornalista do Publico, João d"Espiney, existem diversas curiosidades em torno destas nomeações: “Um assessor que foi trabalhar de graça para o gabinete do secretário de Estado das Comunidades, António Braga; um quadro do Comando da GNR que foi prestar "colaboração na área da sua especialidade" no gabinete da ministra do Ambiente; um chefe de gabinete [secretário de Estado da Energia] que era "trabalhador na empresa Lucas Automative, Lda"; um secretário de Estado [da Administração Interna] que contratou Carlos Miguel Augusto para "exercer as funções de distribuidor" no seu gabinete; um subdirector-geral [Administração da Justiça] que estava reformado desde 2005 e era sócio gerente da sociedade por quotas Golf Caddy File; ou um outro subdirector [Serviços Prisionais] que era "director-geral de uma empresa farmacêutica nacional". Estas são apenas algumas das nomeações, no mínimo curiosas, que se encontram entre as centenas de despachos publicados em Diário da República (DR). Apesar de a legislação em vigor determinar que os despachos publicados em DR devem conter o currículo dos nomeados para os gabinetes, tal obrigação continua por cumprir.
De onde vêm, para onde vão
Não obstante a escassa informação sobre o percurso profissional dos nomeados, uma análise mais cuidada dos despachos permitiu encontrar algumas situações em que, à partida, não se vislumbra qualquer relação entre o serviço de origem dos recrutados e as áreas governamentais para onde foram trabalhar. Alguns exemplos: Walter Lemos, secretário de Estado do Emprego, foi requisitar Paulo Cavaleiro à Fundação AMI - Assistência Médica Internacional; a secretária de Estado da Reabilitação, Idália Moniz, foi requisitar o chefe de gabinete à Estradas de Portugal; empresa esta que também serviu para o secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Conde Rodrigues, ir buscar o seu chefe de gabinete, que foi ainda ao Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos recrutar uma colaboradora. O secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, foi à Direcção-Geral de Veterinária recrutar o seu chefe de gabinete, enquanto a chefe de gabinete do secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, vem da Inspecção-Geral dos Serviços de Justiça. A nova directora-geral do Livro e das Bibliotecas era, desde Junho de 2004, a chefe de divisão dos assuntos fiscais e financeiros das empresas e dos auxílios do Estado no Ministério da Economia.
10 recrutados no PS
A pesquisa do PÚBLICO concluiu ainda que quatro governantes foram requisitar um total de nove elementos aos quadros do Partido Socialista. José Sócrates requisitou três, um motorista, uma assessora e um terceiro para apoio técnico. O ministro da Economia, Vieira da Silva, mais três: chefe de gabinete, uma adjunta e uma secretária. Idália Moniz, duas secretárias, e José Junqueiro, secretário de Estado da Administração Local, um adjunto. A estes há que juntar ainda um antigo assessor do grupo parlamentar do PS que foi nomeado para vogal do conselho directivo do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-estruturas do Ministério da Justiça. Ao nível dos bancos e instituições financeiras, que no tempo de Durão Barroso e Santana Lopes estavam bem representados nos gabinetes ministeriais, o PÚBLICO concluiu que o BCP é o mais requisitado (três), seguindo-se a seguradora Fidelidade (dois) e o BES, BPI e CGD (um). No que diz respeito a outras empresas, e além da já referida Estradas de Portugal, a PT é também das mais procuradas. Outra das conclusões que se podem retirar da análise dos despachos para cargos dirigentes da Administração Pública é que, à semelhança de governos anteriores, muitos ministros nomeiam antigos adjuntos e assessores para ocupar cargos dirigentes em diferentes organismos do Estado. O PÚBLICO detectou esta realidade num organismos tutelado pelo ministro da Economia, vários na Justiça e dois na Administração Interna. O caso mais mediático foi, no entanto, o do ex-secretário de Estado adjunto de José Sócrates, Filipe Baptista, que foi nomeado para vogal da Anacom". Leia ainda esta pequena nota adicional a este trabalho.
De onde vêm, para onde vão
Não obstante a escassa informação sobre o percurso profissional dos nomeados, uma análise mais cuidada dos despachos permitiu encontrar algumas situações em que, à partida, não se vislumbra qualquer relação entre o serviço de origem dos recrutados e as áreas governamentais para onde foram trabalhar. Alguns exemplos: Walter Lemos, secretário de Estado do Emprego, foi requisitar Paulo Cavaleiro à Fundação AMI - Assistência Médica Internacional; a secretária de Estado da Reabilitação, Idália Moniz, foi requisitar o chefe de gabinete à Estradas de Portugal; empresa esta que também serviu para o secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Conde Rodrigues, ir buscar o seu chefe de gabinete, que foi ainda ao Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos recrutar uma colaboradora. O secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, foi à Direcção-Geral de Veterinária recrutar o seu chefe de gabinete, enquanto a chefe de gabinete do secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, vem da Inspecção-Geral dos Serviços de Justiça. A nova directora-geral do Livro e das Bibliotecas era, desde Junho de 2004, a chefe de divisão dos assuntos fiscais e financeiros das empresas e dos auxílios do Estado no Ministério da Economia.
10 recrutados no PS
A pesquisa do PÚBLICO concluiu ainda que quatro governantes foram requisitar um total de nove elementos aos quadros do Partido Socialista. José Sócrates requisitou três, um motorista, uma assessora e um terceiro para apoio técnico. O ministro da Economia, Vieira da Silva, mais três: chefe de gabinete, uma adjunta e uma secretária. Idália Moniz, duas secretárias, e José Junqueiro, secretário de Estado da Administração Local, um adjunto. A estes há que juntar ainda um antigo assessor do grupo parlamentar do PS que foi nomeado para vogal do conselho directivo do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-estruturas do Ministério da Justiça. Ao nível dos bancos e instituições financeiras, que no tempo de Durão Barroso e Santana Lopes estavam bem representados nos gabinetes ministeriais, o PÚBLICO concluiu que o BCP é o mais requisitado (três), seguindo-se a seguradora Fidelidade (dois) e o BES, BPI e CGD (um). No que diz respeito a outras empresas, e além da já referida Estradas de Portugal, a PT é também das mais procuradas. Outra das conclusões que se podem retirar da análise dos despachos para cargos dirigentes da Administração Pública é que, à semelhança de governos anteriores, muitos ministros nomeiam antigos adjuntos e assessores para ocupar cargos dirigentes em diferentes organismos do Estado. O PÚBLICO detectou esta realidade num organismos tutelado pelo ministro da Economia, vários na Justiça e dois na Administração Interna. O caso mais mediático foi, no entanto, o do ex-secretário de Estado adjunto de José Sócrates, Filipe Baptista, que foi nomeado para vogal da Anacom". Leia ainda esta pequena nota adicional a este trabalho.
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