A vida tem destas coisas. De vez em quando, quando menos se esperam, prega-nos uma partida. Daqueles que chegam a dentro, bem ao fundo da alma, que doem. As coisas acontecem, quando acontecem, sempre por causa de alguma coisa. Erradamente procuramos sempre adivinhar os motivos. Não temos o direito, por respeito para com as pessoas. Fico triste quando imagino a tristeza de pessoas que conheci na minha infância e que devem estar a sofrer. Não lhes vou tirar o direito a esse sofrimento que é deles, que lhes diz respeito. Não tenho sequer o direito de olhar para eles. Espero apenas que sejamos capazes de respeitar a memória, respeitar quem lutou por nós, pelos que cá continuam, e que preservemos a imagem de uma pessoa que passou, que continua a caminhar e que vai certamente encontrar algures do outro lado a paz que todos acabamos por perseguir. Perante todos, particularmente ao meu caro amigo João, curvo-me com respeito e com mágoa, tentando guardar a imagem de quem partiu tal como sempre foi. Desejando que ninguém assuma o ónus de “responsabilidades” que não tem, porque as situações aconteceram quando tiveram de acontecer, não fazendo por isso sentido que, nesta hora penalizem a consciência dos que mais de perto sentiram estes momentos e sofrem.
Sem comentários:
Enviar um comentário