Depois daquela infeliz recente entrevista ao DN local, sacudindo a água do capote em relação à polémica da não realização da tal sessão solene no parlamento por ocasião da visita oficial de Cavaco Silva, da preocupação em criticar a comunicação social por não ter dado destaque ao jantar que ofereceu no palácio de São Lourenço, por causa do discurso de elogio que Cavaco lhe fez, da afirmação que na assembleia Legislativa se passam coisas que prejudicam a Madeira (mas referia-se ao episódio do discurso de Jaime Ramos, em 2001, no qual exigiu a extinção do cargo de Ministro da República, num acto público com a presença de Jorge Sampaio, extinção que viria a acontecer em 2004), depois de ter andado quatro anos com um site institucional em que se chamava a si próprio de Ministro da República quando já não era (o cargo foi extinto em 2004), eis que Monteiro Dinis apareceu agora a falar de regimento ao DN local e na alegada existência de um eventual desrespeito por parte da maioria, admitindo a possibilidade de poder levar o assunto a Cavaco Silva. “Em função do conteúdo desse novo regimento, eu depois poderei ou não transmitir alguma sensibilidade ao senhor Presidente da República”. Mais,diz ele, a se verificarem ‘violações’, Cavaco Silva tem - explicou - duas opções: “dissolver a Assembleia, o que está fora de questão” ou “enviar, se assim entender, mensagens ao Parlamento”. Desconfio que agora ele quer mesmo ir embora e vai-se deixar de cenas. Aquela imagem do "agarrem-me senão eu atiro-me (neste caso, demito-me)" já não vai incomodar ninguém. Não se trata de dar ou tirar razão seja a quem for. Trata-se apenas de lembrar a Monteiro Dinis que o regimento apenas estará em discussão a 27 de Maio. Eu não estou a emitir juízos de valor, sou um adepto do parlamentarismo como essencial da democraria política, ainda há dias confrontei algumas versões de regimentos regionais, mas enfim, o poder da maioria prevalece num quadro global que obviamente tem que respeitar a minoria. Mas salvaguardando a proporcionalidade: um partido com 70% dos mandatos vai abdicar de quê? Subverter os tempos para que os 30% dos mandatos todos juntos, tenham mais tempo que os demais 70% de eleitos? O que me parece importante é que se encontrem soluções de equilíbrio, sem fundamentalismos, mas respeitando a representatividade política, eleitoral e parlamentar que as forças políticas regionais efectivamente têm. Achei curioso que o Representante, provavelmente por não ter mais nada de útil para fazer, tenha antecipado factos e sobre ele feito recomendações ou deixado sugestões sobre procedimentos partidários futuros...
Sem comentários:
Enviar um comentário