quinta-feira, dezembro 20, 2007

BCE avisa: europeus devem preparar-se para o pior

As coisas estão mesmo pretas! O Diário Económico garante, num texto do jornalista Luis Reis Ribeiro, que "Jean-Claude Trichet, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), foi ontem ao Parlamento Europeu falar sobre taxas de juro e crise financeira. Primeiro disse o que já se esperava – que a inflação é um problema, que os salários não podem subir muito, especialmente na Alemanha. Mas a meio do discurso confessou ao que vinha: “Dadas as incertezas, o processo de ajustamento no sistema financeiro [nos próximos tempos] deverá ser um desafio, e temos de estar preparados para a materialização dos riscos a qualquer momento”. Na terça-feira, a Comissão Europeia disse algo parecido, mas em tons mais carregados. Que os recentes desenvolvimentos nos mercados financeiros “vão penalizar o crescimento do próximo ano” e que quanto “mais profunda e demorada” for a crise, “maiores as perdas da economia real”.E a realidade está cada vez mais dura. Mais severa para os bancos, porque têm de redesenhar toda a sua actividade e pagar os excessos dos últimos anos, e ainda mais para os consumidores e empresas, sobretudo para os mais endividados e expostos à subida das taxas de juro, como é o caso dos portugueses.É por isso que as perspectivas apontam para uma manutenção da taxas de juro na zona euro ao longo de 2008, havendo já quem fale da necessidade de reduzi-las. No próximo ano, “tornar-se-á mais óbvio que estamos perante uma crise de solvência” e não apenas uma crise de liquidez, observou Joachim Fels, co-economista-chefe da Morgan Stanley, citado pela Bloomberg. “O BCE será forçado a inverter a marcha, a baixar taxas em vez de as subir” porque vai estar mais preocupado em combater o impacto da crise de crédito do que as pressões inflacionistas, reparou Fels. George Magnus, consultor da UBS, disse à mesma agência que em 2008, e possivelmente em 2009, “o assunto será um crescimento muito ensopado e uma inflação em declínio”.

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