segunda-feira, fevereiro 20, 2023

Alentejo foi a região portuguesa com maior aumento do PIB em 2021 e a Madeira no topo

 


O PIB português aumentou em todo o território em 2021, mas a região onde mais cresceu foi no Alentejo: 6,8% face a 2020. Face a 2019, o Algarve foi uma das regiões da UE que registou uma maior queda. O Produto Interno Bruto (PIB) português aumentou em todo o território em 2021, ano em que se iniciou a retoma face ao primeiro ano de pandemia. Em relação ao ano anterior, todas as regiões do continente aumentaram o PIB entre 5% e 7%, à exceção da região Centro. Nas ilhas, o destaque vai para a Região Autónoma da Madeira, onde o PIB cresceu 8%. Na Região Autónoma dos Açores a subida foi de 5%. Os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat avançam que, em 2021, se registou um aumento do PIB em todas as regiões da União Europeia (UE), excetuando três: a província belga de Brabante Valão (onde houve uma queda de 2,4%), a região francesa de Mayotte (diminuição de 0,7%) e a austríaca de Tirol (uma queda de 0,2% do PIB).


Nas regiões portuguesas (considerando apenas Portugal continental), aquela onde o PIB mais aumentou em 2021 foi o Alentejo (um aumento de 6,8% face a 2020). Seguiu-se a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e o Algarve (ambas com um aumento de 5,6%), a região Norte (5,4%) e o Centro (4,8%).

Comparando estes dados com os de 2019 (o último ano antes do início da pandemia), no total 79 regiões tinham um volume do PIB mais elevado. As três regiões com maior crescimento no PIB situavam-se todas na Irlanda. Entre elas estão a Irlanda do Sul (aumento do PIB em 28,4%), a Irlanda de Leste e Central (que subiu o PIB em 15,4%) e a Irlanda do Norte e Oeste (um aumento de 14,1%).

Por seu lado, as regiões onde se registou uma maior queda do PIB em 2021 — quando comparado com 2019 –, localizam-se em Espanha e Portugal, nomeadamente: as ilhas Baleares, em Espanha (uma queda de 15%), o Algarve (menos 13,8%) e as ilhas Canárias, também em Espanha (uma descida de 13,4%). Três regiões fortemente dependentes do turismo, uma das atividades mais penalizadas pela pandemia.

O gabinete de estatística europeu ressalva que, a partir de 2019, com a pandemia da Covid-19 todas as regiões da UE foram fortemente afetadas, especialmente no que diz respeitos aos indicadores económicos e sociais. Por esse motivo, o volume de crescimento do PIB registado em 2021 é, em muitos casos, inversamente proporcional às quedas registadas em 2020. Relativamente ao PIB per capita, o destaque vai para a região do Luxemburgo, que em 2021 detinha o mais elevado (268%). Seguem-se a Irlanda do Sul (261%) e a Irlanda de Leste e Central (239%). O Eurostat adianta que estes valores se explicam, parcialmente, pelo elevado fluxo de trabalhadores que emigram para Luxemburgo — em 2021, o salário mínimo no Luxemburgo para os trabalhadores não qualificados era de 2.200 euros — e Bruxelas e por algumas empresas multinacionais que têm como domicílio a Irlanda.

No que toca ao caso português, as regiões onde o PIB per capita surge mais elevado em 2021 são a AML e o Algarve (com 96% e 76%, respetivamente). O Alentejo registava um PIB per capita de 71%, a região Centro de 66% e o Norte de 65%. O país encontra-se maioritariamente no nível mais abaixo na escala utilizada pelo Eurostat. As regiões onde o PIB per capita se mostra mais elevado situam-se na Europa Central e nos países nórdicos (ECO digital, texto da jornalista Mariana Marques Tiago)

Sem comentários: