I - Foi noticiado há dias que a indústria
têxtil e do vestuário, uma das mais importantes de Portugal e com grande
impacto económico sobretudo no norte do país, vai terminar 2022 com um volume
de exportações recorde próximo dos 6.000 milhões de euros, bem acima do máximo
superior ao ano anterior (5.419 milhões). Contudo, o reverso da medalha, os
empresários do setor estão sem grande vontade de festejos na medida em que
"parte desse acréscimo se deve à subida de preços por efeito da inflação,"
mas porque as novas encomendas para 2023 "estão a travar desde o verão,
com os clientes receosos de uma recessão". A Associação Têxtil e Vestuário
de Portugal deixa um alerta, mas não comenta a "desaceleração” situação
que é justificada negativamente pelo “efeito da guerra e pela antecipação de
alguma recessão que vai existir na Europa, nomeadamente na Alemanha”, um dos
mercados importadores mais importantes. Ou seja, sem apoios, vamos ter crise!
II - Às vezes fico com a estranha sensação de que Costa das duas uma: ou brinca com os portugueses e a oposição política, socorrendo-se da garantia de uma maioria absoluta que vai funcionar sempre e do voto “encarneirado” na Assembleia da República, ou usa abusivamente essa maioria absoluta para "outorgar" comportamentos absolutamente autocráticos, abusivos, provocatórios e condenáveis, quer no exercício quotidiano do poder, quer no combate político com a oposição, quer na escolha de colaboradores, quer no desleixo generalizado que vem demonstrando, quer numa sucessão de casos que fragilizam não o PS e a sua maioria absoluta mas a democracia em geral e o próprio sistema democrático constitucional em que vivemos. E isso é perigoso, lamentavelmente perigoso. E abusivo.
III - Um dos muitos oficiais militares que
a guerra transformou em comentadores televisivos - na sua esmagadora maioria
favoráveis à Ucrânia e, por isso, sem a isenção e equidistância que se exige
numa informação rigorosa e liberta de sentimentalismos - revelou que "não
há nenhuma ponte para estabelecer conversações entre a Rússia e a
Ucrânia", apesar das declarações recentes, absolutamente patéticas, dos
dois lados do conflito. Que, segundo ele, e eu concordo em absoluto, são uma
"parte da retórica, num manto de hipocrisia". Isto numa altura em que
todos esperam pretensas "grandes ofensivas" de ambos os lados, numa
guerra que já percebemos não terá uma vitória militar no terreno e que vai
continuar a esgotar recursos financeiros de países, cada vez mais a braços com
orçamentos em ruptura e com dificuldades para manter a situação, em detrimento
das prioridades, pressões e necessidades das populações nacionais. Uma coisa é
certa: nesta guerra criminosa e bandidesca nenhuma das partes, digam o que
disserem, quer negociar porque negociações implicam cedências que nem Moscovo
nem Kiev querem fazer.
IV
- Recorrentemente ouvimos políticos e a opinião pública em geral, queixarem-se,
e com razão, do aumento da insegurança nas nossas principais cidades, Funchal
incluído. Se tivermos uma crise recessiva geradora de uma crise económica e
social, esta realidade tende a piorar ainda mais. Mas como perceber a causa destas
preocupações? O Sindicato dos Profissionais de Polícia ajuda-nos a entender,
quando acusa o ministro da Administração Interna de anunciar na comunicação
social matérias que deveria negociar antes com as estruturas sindicais e de passar
uma imagem errada das remunerações dos policias. "Se eles (PSP) recebessem
bem, não faltariam candidatos. No entanto, verificamos que não existem
candidatos suficientes para preencher as vagas disponíveis", afirma o sindicato.
Numa reação a declarações do ministro Carneiro, o sindicato sublinhou que
existem suplementos que não estão acessíveis à maioria dos polícias, casos do
suplemento de residência "que inclusivamente é recebido pelo senhor
MAI"… (LFM, texto publicado no Tribuna da Madeira)
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