O número de banqueiros e traders na União Europeia que ganham mais de um milhão de euros por ano atingiu um recorde em 2021, no momento em que as instituições obtiveram grandes receitas e os bancos de investimento realocaram funcionários para o bloco depois do Brexit. Nesse ano, o número banqueiros com salários elevados aumentou 42% em relação ao ano anterior, para 1.957, segundo informa a Autoridade Bancária Europeia num comunicado desta quinta-feira. Nunca antes na história da União Europeia, desde que se começaram a recolher dados em 2010, se tinham registado tantos banqueiros a auferir estes valores.
Os números não incluem o Reino Unido, que continua a ser um importante centro financeiro, depois de deixar a União Europeia em 2020. De acordo com estes dados, o banqueiro mais bem pago União Europeia estava em Espanha, e ganhava entre 14 e 15 milhões de euros por ano. “Um montante significativo de remuneração variável corresponde a uma indemnização”, refere o relatório, sem identificar a pessoa em questão.
Nesta altura, sublinha-se que os bancos globais competiram entre si para contratar banqueiros, no meio de um aumento da atividade comercial causado pela pandemia e do aumento da procura por consultoria sobre fusões e aquisições, bem como emissão de ações e títulos. Essa competição parou repentinamente no ano seguinte, quando a invasão russa da Ucrânia pesou sobre os bancos e sobre os negócios. Neste momento, podem existir banqueiros com a perspetiva de bónus mais baixos pelo desempenho em 2022.
Sobre bónus, a Autoridade Bancária Europeia refere ainda que subiram para o equivalente a 100,6% do salário fixo, face aos 86,4% registados um ano antes, de acordo com a média ponderada calculada para todos os salários altos. Os bónus dos banqueiros são limitados ao equivalente ao seu salário anual na UE, embora os credores possam pedir permissão aos acionistas para aumentar esse valor para duas vezes o salário base (Executive Digest, texto da jornalista Beatriz Cavaca)
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