segunda-feira, junho 13, 2022

Venezuela: EUA e OEA preocupados com ataque ao líder da oposição Juan Guiadó

O governo dos Estados Unidos (EUA) e a Organização de Estados Americanos (OEA) manifestaram preocupação e solidarizam-se com o líder opositor venezuelano Juan Guaidó que no sábado passado foi atacado por alegados simpatizantes do regime do Presidente Nicolás Maduro.

“Estamos profundamente preocupados pelo ataque, não provocado, contra (…) Juan Guaidó e seus colegas. Este ataque atroz arriscou vidas”, expressou o subsecretário de Estado para os Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA, na sua conta do Twitter. Na mesma mensagem Brian Nichols sublinha que “os responsáveis pela agressão devem comparecer perante a justiça”. Por outro lado, o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, usou a mesma rede social para condenar o sucedido.

“Condenamos o ataque a Juan Guaidó (…) de sicários coletivos do regime. A sua integridade física deve ser respeitada. Condenamos qualquer forma de violência e de perseguição política executada pela ditadura”, afirmou Luís Almagro. O líder político opositor venezuelano, Juan Guaidó, foi agredido sábado por alegados simpatizantes do chavismo, no Estado de Cojedes (310 quilómetros a sudoeste de Caracas), após ter visitado várias zonas rurais acompanhado por militantes do partido Vontade Popular, do qual fez parte no passado.

A agressão, segundo a imprensa local, teve lugar após entrar num restaurante onde foi recebido por simpatizantes do regime que lhe gritaram impropérios e foi empuxado, pelas costas, por uma das pessoas presentes.

Vídeos divulgados pela Internet dão conta do momento em que simpatizantes e opositores do Governo do Presidente Nicolás Maduro se enfrentam brevemente.

Os agressores causaram danos físicos no estabelecimento. A empurrões tiraram Juan Guaidó do restaurante e atiram várias cadeiras também contra a viatura em que circulava. “Não nos vão afastar das ruas, vamos honrar o nosso compromisso de conseguir eleições livres", escreveu Juan Gaidó, nas redes sociais.

“Factos como estes obrigam-nos a lutar ainda mais para conseguir prontamente eleições livres, justas e verificáveis na Venezuela, para que possamos finalmente alcançar a liberdade para o nosso país”, afirmou no Twitter.

Entretanto, a equipa de Juan Guaidó divulgou, através das redes sociais, várias fotografias do episódio, e identificando a ex-deputada do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Nosliw Rodríguez, como “uma das líderes do ataque”.

“Isto desmantela a campanha mediática do regime de Maduro sobre alegados ataques dos opositores”, refere a equipa do líder opositor em uma das mensagens.

Entretanto, a Plataforma Unitária Democrática (PUD, que reúne os principais partidos opositores venezuelanos) emitiu um comunicado “condenando e repudiando contundentemente o ataque armado e os graves factos de violência” contra Juan Guaidó e acompanhantes. “Acontecimentos como põe de manifesto a natureza do regime opressor que atualmente governa a Venezuela”, afirma a PUD. A PUD afirma ainda que na Venezuela há mais de 200 presos políticos, civis e militares, que há uma complexa crise de serviços e humanitária, e “uma migração que atinge os níveis dos países em guerra”.

“Desde a PUD não cessaremos no nosso empenho para alcançar um acordo de unidade democrática, sob a proteção da Constituição, que garanta os direitos de todo o povo venezuelano. Estamos convencidos de que a prédica da violência está condenada ao fracasso, porque é estranha aos sentimentos da maioria dos venezuelanos”, conclui o comunicado opositor.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas. Mais de 50 países reconhecem Juan Guaidó (Lusa, Jornal da Madeira)

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