quarta-feira, junho 01, 2022

Bolieiro pede para Tarifa Açores inspirar a República a mudar subsídio de mobilidade

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, disse esperar que o modelo da Tarifa Açores, para as viagens aéreas interilhas para residentes, “inspire” o Governo da República a alterar o subsídio social de mobilidade. Em declarações aos jornalistas, após um encontro em Ponta Delgada para evocar o primeiro ano em vigor da Tarifa Açores (que permite viagens entre as ilhas até 60 euros para os residentes), o líder do executivo açoriano realçou que a tarifa é um “apoio ao passageiro” sem “burocratização”.

“O bem-sucedido deve ser inspirador para as soluções imperfeitas que podem ser melhoradas”, afirmou, quando questionado sobre se a tarifa açoriana devia influenciar o modelo do subsídio social de mobilidade. Atualmente, o subsídio de mobilidade do Governo da República para residentes que viajam entre os Açores e o continente está assente num reembolso calculado através da diferença entre o valor pago pelo passageiro e o preço máximo de 134 euros. A Tarifa Açores fixa o preço máximo de 60 euros (ida e volta) na venda direta ao passageiro, sendo a compensação realizada entre a companhia aérea e o Governo Regional.

“Com a tarifa Açores e este modelo que implementamos asseguramos a democratização do acesso a um preço mais acessível para circular nos Açores. Desburocratizamos porque a família não depende de subsídio burocrático para receber posteriormente ao pagamento da tarifa”, declarou.

José Manuel Bolieiro defendeu que o modelo da Tarifa Açores garante “transparência máxima até sob ponto vista tributário”, porque “o preço comercial da viagem mantém-se”, não estando “em risco a sustentabilidade do negócio e da empresa”. O líder regional disse ainda tratar-se de um “exemplo de sucesso” para “sensibilizar o Governo da República” para a formulação das obrigações de serviço público (OSP) do transporte aéreo entre o arquipélago e o continente.

“As responsabilidades das OSP e esta aposta, que é do Estado e da República, podem inspirar-se nessa solução que aqui criamos nos Açores. Da minha parte, em vez da palavra, o exemplo”, salientou. Na ocasião, José Manuel Bolieiro também revelou que cerca de 267 mil residentes beneficiaram da Tarifa Açores no primeiro ano em vigor da medida que permite viagens interilhas até 60 euros e que já custou 5,7 milhões aos cofres da região.

Cerca de 267 mil açorianos viajaram a 60 euros no primeiro ano da Tarifa Açores

Cerca de 267 mil residentes beneficiaram da Tarifa Açores no primeiro ano em vigor da medida que permite viagens interilhas até 60 euros e que já custou 5,7 milhões à região, anunciou o presidente do Governo Regional.

“Nós tivemos um compromisso de pagamento apoiado ao passageiro de 5,7 milhões de euros para um ano de funcionamento, bem como também uma previsão de número superior a 267 mil passageiros beneficiários da Tarifa Açores. Isso é só por si só impactante”, declarou José Manuel Bolieiro. O líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava em Ponta Delgada após um encontro com a comunicação social para evocar o primeiro ano em vigor da Tarifa Açores, que ficou operacional a 01 de junho de 2021.

O número de beneficiários da Tarifa Açores no primeiro ano é superior ao número de habitantes no arquipélago que tem 236.657 residentes, segundo os Censos 2021. Aquela tarifa permite aos residentes nos Açores viajar entre as ilhas pelo preço máximo de 60 euros (ida e volta), tendo resultado de uma promessa de campanha de Bolieiro aquando das eleições regionais de 2020.

“Foi uma medida de sucesso e que beneficiou, sobretudo, o açoriano e a açorianidade. Termos a imagem de que os Açores são nove ilhas é vantajoso para cada família, para cada açoriano poder conhecer os Açores, a sua terra”, afirmou. Bolieiro destacou que para o “sucesso da medida” contribuiu o “pagamento a tempo e horas” do Governo Regional à transportadora aérea SATA.

“Ao colocarmos o pagamento do apoio ao passageiro ao operador prestador do serviço, enquanto Estado, enquanto região, nós assumimos prontidão no pagamento. Claro que é preciso estabelecer esse nível de confiança e liquidez para garantir estabilidade ao processo”, afirmou. O líder regional disse ainda ter sido “essencial criar regularidade, previsibilidade e estabilidade no que diz respeito à oferta de lugares” nos voos.

“O sucesso da tarifa não foi fácil. É a primeira nota. Foi é muito bem construída, muito bem pensada e muito bem concertada com todos os agentes, quer a operadora, quer do negócio do turismo”, realçou, falando acompanhado pelo presidente da SATA, Luís Rodrigues, e pela delegada nos Açores da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, Catarina Cymbron

Sobre se o preço da tarifa poderá sofrer alterações devido ao contexto internacional, Bolieiro disse que a intenção é manter a “estabilidade do preço”, mas ressalvou que o executivo é “sensível a todos os contextos de custo”. O presidente do Governo dos Açores realçou ainda que o executivo “não tem regateado qualquer esforço para salvar a SATA”, empresa cujo plano de reestruturação está a ser discutido com a Comissão Europeia.

“Estamos a fazer o melhor para salvar a SATA”, vincou.

A Tarifa Açores, uma das grandes bandeiras do executivo regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, foi anunciada em 31 de março pelo então secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia, Mário Mota Borges, considerando que 01 de junho de 2021 seria "uma data histórica para a mobilidade nos Açores". Logo no primeiro dia de vendas, foi anunciado que a tarifa Açores registou perto de três mil reservas. A tarifa de 60 euros para o transporte aéreo interilhas foi defendida pela primeira vez pelo PSD/Açores em junho de 2020, quando o partido estava na oposição (Lusa-Açoriano Oriental)

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