terça-feira, outubro 16, 2018

Política e as regras essenciais da comunicação política

Uma das técnicas de comunicação política, em situações semelhantes -mas pelos vistos há muita gente que parece que perceber da "poda"... - aponta para a necessidade de controlar danos antes que o caos se instale, o que obriga a que se jogue com todos os trunfos disponíveis e usando todas as armas possíveis e verdadeiras (não há nada pior do que as pessoas perceberem que estão a ser enganadas ou que alguém lhes mente). Li hoje que o Presidente do Governo Regional, a propósito da proposta  de OE-2019, no que à Madeira diz respeito, depois de uma primeira reacção cautelosa e de não comentário, acabou, provavelmente na posse de todos os dados, classificou a situação orçamental hoje conhecida de "vigarice". Parece também que as investidas de Pedro Calado em Lisboa, junto do ministro das finanças, não terão surtido efeito, tal como se esperava.
Os madeirenses olham para tudo isto estupefactos e desesperam para que alguém lhes explique que 2+2=4. Ou seja: embora dependendo de negociações de bastidores que possam acontecer até início da Dezembro, e sabendo que o OE-2019 tem implicações directas na elaboração da proposta de orçamento regional para 2019, mais do que andarem a produzir comunicados a pataco, que o tempo se encarrega de atirar para o lixo escassas horas depois de terem sido divulgados, mais do que declarações avulso que  em vez de ajudarem apenas complicam tudo, uma conferência de imprensa, com um documento clarificador, do qual conste tudo o que deve constar para esclarecimento da opinião pública, é a solução que em termos de comunicação política se recomenda, sobretudo quando parece mais do que evidente - salvo se em Lisboa estiverem a fazer bluff, o que não creio - que dificilmente conseguirão alterar seja o que for.
E essa antecipação é fundamental, até para neutralizar o que acredito possam ser habilidosas jogadas políticas de bastidores, deliberadamente pensadas e postas em execução, destinadas a favorecer, por exemplo, uma hipotética intervenção mediadora de Paulo Cafofo, o alegado candidato socialista nas regionais de 2019 (e que anda numa roda viva, veja-se a imprensa de hoje, para ser falado e visto junto do poder central da geringonça, vestindo ou tentando vestir a roupagem do "salvador" dos impasses e de principal zelador dos interesses insulares junto do "reino" lisboeta. Mas que na realidade nada resolve, ganha sim espaço mediático com o qual sempre jogou, e bem. Se continuarem neste procedimento absurdo dos comunicados a pataco, temo que as coisas se compliquem quando é sabido que o OE-2019, a um ano de eleições legislativas, é o mais eleitoralista dos orçamentos da geringonça, o que coloca sob ameaça eleitoral também PCP e Bloco (eles já perceberam isso) apesar de permanentemente disputarem no espaço mediático, e em desesperados bicos-de-pés, méritos que o PS a seu tempo vai assumir para si. Despachem-se com isso. No xadrez há pequenas jogadas, até com peões, que abrem caminhos a vitórias (LFM)

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